Para George, cada minuto sem Jaqueline ao seu lado eram excruciantemente longos, e ele contava cada segundo. Finalmente, a porta do quarto do hospital se abriu e, num primeiro momento de alegria, George pensou que Jaqueline tinha chegado. No entanto, ao virar a cabeça, cheio de expectativa, viu o segurança entrando com comida. A expressão de George imediatamente se fechou.— Sr. George, aqui está a comida que comprei para o senhor. Vou servir para você.Ao lado da cama, havia uma mesa dobrável, bastava apertar um botão para que a mesa se desdobrasse e ficasse nivelada sobre a cama, permitindo que o paciente colocasse sua comida.— Onde está Jaqueline? Por que você está aqui?O segurança respondeu:— Sra. Jaqueline disse que tinha que resolver um assunto urgente e não poderia vir agora. Ela pediu para eu trazer a comida para você primeiro. Você come e depois descansa um pouco. Ela vai voltar assim que puder.— O que ela está fazendo? — George perguntou, ansioso. — Onde ela está agora?
Jaqueline esperou do lado de fora da sala de cirurgia até as nove horas da noite. Após quase cinco horas de operação, a porta finalmente se abriu. Ao ver o médico sair, ela correu até ele e perguntou ansiosamente:— Doutor, como ele está?O médico respondeu:— O paciente teve uma apendicite perfurativa, e sua condição não permitia uma cirurgia laparoscópica, optamos pela cirurgia aberta tradicional. Ao abrir, encontramos perfurações e aderências, mas, felizmente, a operação foi concluída com sucesso. Agora, ele precisa descansar tranquilamente para evitar infecções.— Isso significa que ele vai se recuperar, certo?O médico assentiu:— Sim, com o devido repouso, ele se vai se recuperar.Jaqueline suspirou aliviada:— Entendi. Obrigada, doutor.Heitor foi levado para fora, ainda sob o efeito da anestesia, dormindo profundamente. Jaqueline o acompanhou de volta ao quarto. Heitor precisava de cuidados contínuos, mas Jaqueline não podia ficar com ele o tempo todo, pois tinha que cuidar
—Oh, é assim? Parece que George realmente não se preocupa tanto com você, nem ao menos te levou ao hospital para um exame, para ver o que realmente você tem. Toda vez que te vejo, parece desanimada, como se algo tivesse drenado sua vida. Jaqueline não respondeu e continuou caminhando. Roberto seguiu falando: —Estou falando sério, você não parece bem, está claramente debilitada, mas também parece que engordou. Você realmente deveria fazer um exame médico completo. Se ainda estivessem casados, ele teria muitas razões para levar ela para se examinar, mas como estavam divorciados, por mais que desejasse, não podia obrigar ela. Jaqueline se sentiu um pouco culpada, estava grávida com mais de três meses já, e era normal que tivesse ganhado algum peso. No entanto, preocupada de que Roberto pudesse suspeitar de algo, explicou: —Ah é? Ontem me pesei e perdi dois quilos, talvez seja retenção de líquidos. Ao ouvir Jaqueline explicar tão seriamente, Roberto começou a suspeitar que alg
O tom de Roberto estava um pouco irritado, se ele não estivesse constantemente seguindo Jaqueline, ninguém iria saber que ela teve um acidente na escada. — Roberto, eu sempre subo as escadas com George me segurando, fui mimada por ele, me solte! Seu hálito quente soprou no rosto dela, o aroma familiar fez o coração de Jaqueline doer. Ela odiava aquele homem, até o detestava, mas o amor que ainda residia profundamente dentro dela se entrelaçava com o ódio, criando uma dor indescritível. Tudo o que ela queria era se afastar dele, fugir daquela dor. De repente, Roberto a levantou em seus braços horizontalmente. — O que você está fazendo? — Jaqueline agarrou seu pescoço, com medo de cair, mas ao perceber o que estava fazendo, rapidamente retraiu os braços. — Me coloque no chão. — Não foi você quem disse que sempre subia as escadas com George te segurando? Agora estou te carregando, para que você nunca diga que seu ex-marido nunca te carregou escada acima! Roberto, não se sabia
Ela explicou com paciência e seriedade, buscando seu perdão. Sabia que havia prometido a George que voltaria logo e o deixou esperando por muito tempo, o que certamente o deixou desconfortável. Agora, com sua amnésia, se lembrando apenas dela, ele certamente estava sofrendo, se sentindo abandonado.George pôs a cabeça para fora do cobertor: — Que amigo? Homem ou mulher?Jaqueline sorriu, resignada: "Esse cara, mesmo com amnésia, ainda sabe ser ciumento."— Fique tranquilo, é um rapaz jovem, apenas dezoito anos.— É mesmo? Como você conheceu um amigo assim e se importa tanto com ele?— Ele mora no mesmo bairro que eu, simplesmente nos conhecemos. Não se preocupe, não temos nada além de amizade. Eu o vejo como um irmão mais novo, e ele me vê como uma irmã mais velha. Eu não posso ignorar se algo acontece com ele, então por favor, não fique ressentido, está bem?George fez bico como uma criança, parecia ainda estar chateado, mas ao ver Jaqueline pedindo desculpas tão sinceramente, ele nã
Após terminar sua higiene, Jaqueline se deitou no sofá, se cobriu com o edredom e se preparou para descansar.— Jaqueline. — George subitamente abriu os olhos.— O que foi? — Jaqueline se levantou do sofá. — Eu te acordei?— Vem dormir na cama, vai ser mais confortável.— Não precisa, essa é a sua maca, não é apropriado eu deitar nela.Jaqueline não percebeu que suas palavras carregavam uma certa distância instintiva, entre ela e George havia uma clara definição de limites na relação deles.— Não tem nada de inapropriado, essa maca é grande o suficiente para os dois, e eu gostaria de te abraçar, assim me sentiria mais seguro.O cérebro de Jaqueline trabalhava a mil por hora, tentando encontrar uma desculpa razoável para recusá-lo.— George, você ainda está com os aparelhos conectados, eu me mexo muito quando durmo... Se eu acidentalmente puxar algum fio, vai ser um problema. Além disso, dormir os dois na maca vai ser apertado, eu ficaria mais confortável no sofá.Ela e George não eram
— Você pode contratar uma enfermeira para cuidar de mim, mas não quero que você faça essas coisas por mim. — Disse George, com dor no coração.— Não se preocupe, eu quero fazer isso por você, afinal, não é trabalho pesado. — Quando ela adoeceu, George cuidou dela durante toda a noite, e quando ela estava triste, ele sempre esteve ao seu lado. Jaqueline sentia que devia muito a ele, e cuidar dele era a única coisa que ela podia fazer por ele. — George, seja obediente e coopere. Só assim você vai poder sair da cama mais rápido e, quem sabe, sair do hospital logo.Jaqueline o acalmou como se estivesse lidando com uma criança, e George, convencido, assentiu: — Tudo bem.Jaqueline foi ao banheiro buscar água para George, colocou a pasta de dente e pegou uma bacia vazia.Depois de George escovar os dentes, Jaqueline retirou o copo e a bacia, os limpando, e com uma toalha quente enxugou o rosto e as mãos dele.O cuidado delicado emocionou George:— Jaqueline, da próxima vez, eu vou ter mais
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq