❧
Eu saí da sala do meu chefe totalmente desorientada. Tudo que sucedeu sua fala ao me revelar sua "pequena exigência", aconteceu no modo automático. Eu fiquei tão surpresa com sua proposta que não soube o que dizer, apenas concordei com o que ele sugeriu e saí da sala ainda atônita. Eu tive que concordar, não dava para negar aquilo, não depois de todos os elogios que ele me fez.
Agora eu tinha que me esforçar para realizar aquela missão impossível.
Era apavorante imaginar que o meu futuro cargo estava nas mãos de um escritor com espírito de grandeza. Certo que ele é, realmente, muito bom no que faz, mas isso não justifica o modo como ele trata as pessoas. Nenhuma posição social ou conta bancária deveria definir o caráter de alguém. Sei que eu não deveria estar julgando sem antes conhecê-lo, mas não dá pra evitar pensar nessas coisas quando os boatos são os mesmos em todas as editoras com as quais ele já trabalhou. Espero, de verdade, que todos estejam errados e que Oliver Evans seja alguém decente ou no mínimo educado.
— E aí, como foi? O que o Sr. Kim queria? Te promoveu? — Tasha me encheu de perguntas assim que chegamos ao restaurante para jantar, já que não conseguimos conversar na editora depois que saí da sala do meu chefe. — Você conseguiu, não foi? Eu sabia — vibrou antes mesmo que eu dissesse algo.
— Deixa a Jane falar, Tasha — Yara reclamou ao meu lado.
— Eu só quero saber o que aconteceu — rolou os olhos.
— Se você deixar ela falar você vai saber — retrucou.
— Você é muito chata — fechou a cara.
Essas duas sempre foram assim. Implicam demais uma com a outra e eu fico no meio das duas, na maioria das vezes rindo, mas em certas ocasiões eu tenho que me meter para que não briguem de verdade, mas no fundo elas são ótimas amigas, não se desgrudam. Na verdade, não nos desgrudamos.
Após a cena que as duas fizeram, eu finalmente consegui dizer tudo o que aconteceu na sala do Sr. Kim.
— E é isso, ele quer que eu convença o escritor Oliver a fechar um contrato conosco — finalizei dando um gole no meu suco.
— Você está ferrada — Tasha disse me encarando com o ar de pena.
— Tasha! — Yara repreendeu-a. — Pare de dizer essas coisas, nós temos que apoiá-la.
— Eu sei, mas você conhece Oliver Evans? — Perguntou com espanto. — Aquele cara deve beber fel no lugar da água pra combinar com a amargura dele — continuou como se contasse a coisa mais absurda da vida. — Disseram que uma vez o escritor Evans fez um editor chorar porque ele não fez algo que ele pediu e como se não bastasse exigiu a demissão dele. E ainda ameaçou processar a editora se não o obedecessem.
Aquilo me deu calafrios, sério. Como alguém pode ser tão rude a esse ponto?
A cada palavra dita, mais meu desespero aumentava. Ouvir aquilo não estava me ajudando em nada, só estava me deixando mais apavorada e com vontade de desistir de ser editora chefe. Meu cargo atual é excelente, afinal.
— Você está ferrada — Yara disse após ouvir o relato da nossa amiga.
— Até você? — Perguntei incrédula.
— Olha, Jane, eu queria muito dizer que vai ser fácil, mas esse cara é um imbecil — Yara deixou o talher de lado e segurou em meu ombro. — Porém, eu acredito em você, sei que consegue — eu já estava ficando mais animada até a última frase dela. — Com muito, muito, mas muito, muito esforço mesmo.
Quem precisa de inimigos com amigas como essas, não é mesmo?
O jantar seguiu com elas implicando comigo ao mesmo tempo em que tentavam me incentivar da forma mais torta e aterrorizante possível.
❝ ❞
Aquelas duas encheram tanto a minha cabeça com histórias apavorantes sobre o escritor Oliver que quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi pesquisar mais sobre ele. Eu não queria acreditar que ele era tão ruim assim, não é possível que ele seja tão desumano, ninguém pode ser tão perverso dessa forma, ao menos eu esperava isso. Pensar dessa forma fazia o meu desespero não me consumir por completo.
Peguei o meu notebook e me sentei no sofá com ele em meu colo para pesquisar. E infelizmente eu vi coisas assustadoras sobre ele, relatos das antigas editoras que me fizeram duvidar se ele realmente era uma pessoa com sentimentos ou se sequer ele era uma pessoa, porque era difícil acreditar naquelas coisas. Eu não entendo como alguém que escreve tão bem, que é tão bom com as palavras e nos transmite uma sensação tão boa ao ponto de nos conectarmos com os personagens, consegue ser tão rude dessa forma. As palavras escritas por ele são totalmente opostas à sua personalidade.
Tudo bem que ele é famoso, que gosta de seus trabalhos impecáveis, mas isso não quer dizer que ele precisa ser assim. Eu acredito que ter dinheiro não implica em ser grosso, não creio que isso mude em nada sobre como tratar as pessoas, mas infelizmente nem todos pensam dessa forma.
Li muitas coisas que me deixaram assustada, mas não encontrei nada sobre a vida pessoal dele, o que é bem estranho já que ele é mundialmente famoso. Não sei como a mídia não publicou nada a respeito ou espalharam ao menos algum boato.
Naquela noite eu fui dormir rezando para que ele não fosse tudo aquilo que li ali, que ele tivesse um lado bom nem que fosse lá no fundo e que tudo aquilo fossem exageros.
❝ ❞
Cheguei na editora no horário de sempre e fui direto para a minha mesa de trabalho. Organizei minhas coisas sobre ela e com a mão tremendo tirei o telefone do gancho para ligar para o escritor e tentar agendar uma reunião com ele.
O telefone chamou uma vez e no primeiro toque eu já engoli em seco. Chamou mais uma vez e o meu coração se angustiou um pouco mais. No terceiro toque eu já estava pensando em desistir e tentar outra hora, mas enfim, alguém atendeu.
— Alô, bom dia! — Uma voz masculina disse do outro lado da linha.
Eu levei uns segundos para raciocinar, mas limpei a garganta e respondi.
— Bom dia! Gostaria de falar com o senhor Oliver Evans — falei com o coração na mão.
— Sou Heitor, o assessor dele, em que posso ajudar? — Perguntou educadamente.
— Me chamo Jane Becker, sou da editora Kbook — me apresentei. — Gostaria de marcar uma reunião com ele para falarmos sobre a minha editora. Soube que ele está sem editora no momento e está com planos para lançar mais um livro.
— Muito prazer, senhorita Becker — disse gentilmente. — A senhorita pode aguardar um minuto, por gentileza? — Pediu.
— Claro — respondi.
Então, eu ouvi um barulho como se ele mexesse em algo.
Espero que o escritor seja tão educado quanto o assessor. Se for, ficarei muito feliz em trabalhar com ele. É muito bom quando lidamos com pessoas educadas que fazem seu dia melhor pelo simples fato de serem assim.
— Senhorita Becker? — Heitor me chamou após um tempo.
— Sim? — Respondi empolgada.
— Desculpe fazê-la esperar tanto, estava conferindo a agenda do Sr. Evans — explicou.
— Sem problemas — falei bem-humorada.
— Certo — soltou um risinho. — Bom, o Sr. Evans está com a agenda lotada para as próximas duas semanas — disse e eu já comecei a perder as esperanças. — Mas podemos marcar para o dia 27. É uma data boa para a senhorita?
— Claro, é uma ótima data — qualquer data que eu conseguisse seria ótima.
— Excelente — vibrou. — Irei apenas confirmar com o Sr. Evans e entro em contato para acertarmos os detalhes — falou.
— Aguardo a sua ligação.
— Tudo bem. Tenha um bom dia, senhorita Becker — ligação encerrada.
Se o Oliver aceitar, eu serei grata. Por ser um escritor requisitado, era esperado que sua agenda estivesse cheia. Ao menos seu assessor foi muito atencioso e educado, deve ter uma paciência muito grande para trabalhar ao lado do escritor Evans e ainda ser gentil com os outros.
— Bom dia, amiga amada, dormiu bem? — Tasha disse ao se aproximar com dois cappuccinos em mãos. — Pra você — me estendeu um.
— O que você aprontou? — Perguntei receosa, mas não recusei o café.
— Nada, só quero me desculpar por ontem — disse ao se sentar em sua mesa. — Eu deveria ter te apoiado e não ter falado aquelas coisas sobre Oliver Evans, aposto que foi pesquisar mais sobre ele antes de dormir — eu a olhei de forma suspeita e ela desconfiou logo. — Eu sabia.
Tasha me conhece muito bem. Nós nos conhecemos no ensino médio e nos tornamos amigas desde então. Ela sempre ficou ao meu lado nas horas que mais precisei, principalmente quando minha mãe adoeceu.
— Culpa sua que ficou enchendo a minha cabeça de histórias — reclamei.
— Você é incrível, Jane, sempre se esforçou e conseguiu conquistar tudo a que se dedicou, tenho certeza que com esse escritor não vai ser diferente — disse sincera.
— Obrigada — agradeci me sentindo um pouco melhor.
— Sei que disse coisas ruins sobre ele ontem, mas devemos conhecer melhor as pessoas antes de julgá-las, né? Talvez ele nem seja tudo isso que dizem por aí — disse enquanto arrumava algo em sua mesa.
— Eu estou contando com isso — soltei um suspiro.
— Como está a nossa futura editora chefe? — Yara disse ao se aproximar de nós.
— Você mudou de ideia sobre eu estar ferrada também? — A olhei desconfiada.
— Claro — colocou as mãos em meu ombro. — Que não — completou. — Mas tenho que ser uma boa amiga e te encorajar.
— Cretina — resmunguei tirando suas mãos de mim.
— Por isso você é minha amiga — soltou uma gargalhada e foi sentar-se em sua mesa.
Tirando toda a ansiedade que eu sentia, a manhã foi bem produtiva. Revisei algumas páginas que precisava enviar ao editor e concluí as metas que tracei para aquele momento.
Depois, no horário do almoço, fui comer com as minhas amigas no restaurante de sempre e elas, claro, me encorajaram mais um pouco, do jeito delas, mas encorajaram. Foi bom ocupar a minha mente e esquecer a pressão que era depender de outra pessoa para ser promovida ou não. Isso era um saco, mas o trabalho e minhas amigas me ajudaram a esquecer um pouco.
Voltamos a empresa quando nosso horário de descanso terminou e eu estava em minha mesa editando mais algumas páginas quando o meu telefone tocou me fazendo dar um pulinho no lugar.
— Alô? — Atendi no segundo toque.
— Senhorita Becker? — A voz masculina disse do outro lado da linha.
— Sim, pois não? — Não quis perguntar quem era porque achei a voz familiar.
— Olá, sou o assessor do Sr. Evans. Heitor — arregalei meus olhos. Bem que eu estava achando aquela voz conhecida.
Mas ele deveria estar me ligando tão rapidamente?
— Olá, Heitor — falei um pouco ansiosa. — Ele aceitou? — Perguntei direto.
— Sim, senhorita, mas não é na data que tínhamos combinado antes — já pensei que seria daqui há um mês. Cacete! — A senhorita tem disponibilidade para amanhã à tarde? — Perguntou e meu coração deu um pulinho de alegria.
— Amanhã? — Era uma pergunta retórica, mas ele confirmou. — Claro, amanhã está perfeito.
— Ótimo — percebi ele ri um pouco talvez pela minha empolgação que ficou óbvia demais. — Lhe envio por e-mail o local e horário. Até amanhã.
Finalizei aquela ligação com o peito pulando de alegria. Nem acredito que consegui um horário com ele. Agora é só torcer para ele estar em um bom dia e não me expulsar da sua sala como ele fez com um cara uma vez, segundo Tasha.
Mais uma vez, que deus me ajude!
❧ Minhas mãos estavam suando demais, minha perna balançava involuntariamente e meus dentes mordiam a pele fina da minha boca perto do lábio inferior, evidenciando o meu nervosismo e a minha ansiedade que estavam nas alturas. Tudo isso porque eu estava na recepção do escritório do Oliver Evans há exatos 30 minutos, 15 segundos e contando. Cheguei no horário certo, mas, segundo a secretária dele, ele estava em reunião e precisou estender um pouco mais que o esperado. Eu levantei e fui até o bebedouro, para tomar um pouco de água e acalmar os meus nervos. Assim que voltei ao meu lugar vi dois homens muito bem vestidos com ternos elegantes e aparentemente caros saindo da sala do escritor. Se aqueles forem meus concorrentes eu estou ferrada. Não que eu esteja mal vestida, mas não estou como aqueles homens, estou com uma calça de alfaiataria azul escuro, uma blusa branca social e sapatos com saltos pequenos. Espero que o Sr. Evans não se importe por eu não estar com uma roupa na altura da
❧ Na manhã seguinte, no horário marcado, eu cheguei ao endereço indicado pelo Oliver. Claro que eu pesquisei sobre o local na internet antes de ir até lá. Vai que minhas amigas estavam certas e fosse um lugar estranho onde eu seria morta? Aquelas duas encheram tanto a minha cabeça com histórias que fiquei paranoica. Mas, ao contrário do que pensei, era um café bastante aconchegante, a decoração era encantadora. Tinha livros espalhados por todo lado, as mesas eram bonitas e redondas com cadeiras confortáveis e tinha sofás. Tinha também uma parte reservada para leitura onde várias estantes de livros enfeitavam o ambiente. Era um lugar calmo e agradável. Assim que cheguei dei uma olhada pelo local procurando pelo escritor, mas não o vi no salão principal, então resolvi perguntar na recepção. A moça verificou meu nome, depois disse que o escritor me esperava na varanda. — Varanda? — Questionei por não ter ideia de onde ficava. — É só subir as escadas à direita — apontou para o lance d
❧ Quando o Sr. Evans saiu do café, eu voltei a me sentar e fiquei mais alguns minutos ali apenas observando a movimentação para tentar descobrir o que pode ter inspirado ele. Vi os garçons servindo as mesas, outros as limpando, pessoas comendo, outras tomando café, gente sentada lendo, outras olhando livros em prateleiras e algumas apenas conversando entre si. Na rua a movimentação estava menor, o trânsito estava mais tranquilo e nada fora do normal aconteceu, nada que pudesse inspirar um livro, ao menos para mim. Eu estou ferrada para descobrir o que Oliver Evans quer. Voltei para a editora frustrada e estressada sem saber o que dizer para ele quando me perguntasse sobre a bendita essência do seu livro. Infelizmente minha bola de cristal está com defeito e eu não consegui adivinhar o que ele quer, ainda não aprendi a ler mentes. — E aí, como foi? — É a primeira coisa que a Tasha me pergunta quando nos encontrarmos para almoçar mais tarde naquele mesmo dia. — Precisou usar o spra
❧ Eu saí da casa do escritor Evans aborrecida. Eu sei que não somos íntimos e estamos muito longe disso, mas custava ele ser mais educado? Eu o ajudei como pude, limpei seu machucado, me importei com ele e tudo que recebi foram palavras duras. Que homem ranzinza do cacete. — Que cara é essa, Jane? — Tasha me perguntou ao me ver chegando na editora com um bico gigante. — Acabei de chegar da casa do Sr. Evans — falei me sentando de uma vez em minha cadeira. — Aquele homem me dá nos nervos — resmunguei totalmente exausta. — O que foi dessa vez? Mandou adivinhar o que ele estava pensando? — Ironizou. — Nem tivemos uma reunião — contei alterada. — Ele estava bêbado e se não fosse por um incidente eu nem teria falado com ele. — Explica isso direito — Yara apareceu, não sei de onde, já fazendo perguntas. — De onde você saiu? — Juntei as sobrancelhas. — Dos seus sonhos, gracinha — ironizou tocando em meu queixo. — Sai — afastei o rosto do seu toque. — Não vou levar isso como ofensa
❧ Eu estava dirigindo até a casa do escritor Evans pedindo aos céus que ele estivesse mais calmo e não estivesse bêbado como da última vez. Eu não iria aguentar o mau humor dele novamente tão cedo. Estacionei o carro no mesmo lugar da outra vez e toquei no interfone. Dessa vez Heitor atendeu e, diferente da vez passada, pareceu que me esperava. Entrei na casa do escritor e o próprio Heitor me direcionou até a área externa que eu tinha visto no outro dia. Ele disse que o Evans já viria me atender e me mandou ficar à vontade. Então me sentei em uma das poltronas e esperei enquanto tomava a água que a moça, que descobri ser a diarista, trouxe para mim. — Bom dia, Becker! — O escritor apareceu na minha frente e eu quase engasguei com a água por não tê-lo visto antes. — Bom dia, senhor Evans! — O cumprimentei um pouco nervosa. — De início quero me desculpar pela última vez em que veio aqui — iniciou ao se sentar na poltrona de frente para mim. — Eu não estava em estado para lhe atende
❧Saímos do hospital, e como prometido, o escritor Oliver me levou até a sua casa para pegar o meu carro. Mais uma vez o trajeto foi silencioso, o que me deixou um tanto desconfortável, mas não fiz nada para mudar isso, apenas me mantive quieta até aquela quietude estranha chegar ao meu limite. — Meu pai pediu para lhe agradecer por hoje — falei quando já estávamos chegando. — Ele gostou do senhor.— Ele é adorável — respondeu sem tirar os olhos da estrada.— Ele é sim — sorri bobo porque meu pai é realmente um homem incrível. — Meu pai é minha maior inspiração. Ele sempre me encorajou a correr atrás dos meus objetivos e foi o primeiro a acreditar em mim — falei, mesmo que ele não tenha me perguntado. — Você tem sorte — ele me olhou quando parou em frente ao portão da sua casa esperando que abrisse.— É, eu tenho — o encarei de volta.— Desculpe se eu for indelicado — disse cuidadoso. — Mas posso perguntar o que sua mãe tem?— Bronquite crônica — respondi, eu não me importava em lhe
❧Estou agora, mais uma vez, em frente a casa do Sr. Evans para mais uma reunião. Assim que minha mãe voltou pra casa e eu consegui organizar tudo por lá, entrei em contato com o Heitor e acertamos uma nova data para a reunião. Então, aqui estou, não nego meu nervosismo, estou quase tendo um troço, não sei bem o motivo do meu coração estar tão agitado, mas eu espero que tudo saia bem e que o escritor assine de uma vez esse contrato, até trouxe ele bem guardadinho em um envelope na minha pasta.Assim que cheguei minha entrada foi liberada pela moça que trabalha lá, ela me reconheceu das outras vezes e me deixou entrar. Fiquei na mesma sala que tinha ficado da outra vez esperando pelo Evans vir me atender, mas não foi ele quem vi sair do corredor de roupão e cabelos úmidos, foi uma mulher.— Oh! — Ela se assustou ao me ver. — Eu não sabia que tínhamos visitas — uma mulher alta, cabelo rosa claro e de pele clara disse. — Me perdoe por não estar vestida apropriadamente — disse sorrindo, n
❧Quando terminei a suposta ligação pro meu chefe, voltei à sala onde o Evans estava sentado no sofá sozinho.— Seu chefe te liberou? — Perguntou assim que me aproximei.— Sim. Ele disse que eu podia levar o tempo que fosse com tanto que voltasse com o contrato assinado — me sentei em uma das poltronas.— Então, ele vai ficar satisfeito por ter te liberado — cruzou as pernas, apoiou um braço do lado da coxa e deixou o outro repousado sobre o colo.— Vai sim — abri um sorriso por saber que minha promoção estava garantida. — Eu não lhe contei, mas esse contrato com o senhor foi uma missão muito importante.— Uma missão? — Franziu o cenho.— Sim, o Sr. Kim prometeu me promover a editora chefe se eu conseguisse que o senhor fechasse um contrato conosco — falei.— Então, você me usou, Becker? — Perguntou sério.Me ferrei. Certeza que ele vai pegar esse contrato, rasgar e jogar os pedacinhos na minha cara. Eu e minha boca grande novamente.— Não! Desculpa, eu não pensei por esse lado — fale