Tinha sido enviada uma mensagem pelo crematório, falando que já poderia retirar as cinzas de Paulo. Assim, que estou na porta de casa saindo, ouço alguém falar.
— Minha amiga! — Adriana fala vindo em minha direção, quando eu ia entrar no carro.
— Amiga – eu falo abraçando-a forte — Graças a Deus.
— Me perdoa por não ter conseguido vir antes — ela fala — Eu estava com tantos contratos assinados, não tinha como largar a empresa no caos que estava em Nova York.
— Está tudo bem — eu falo para ela — Você está aqui comigo.
— Eu sinto muito — ela diz — Sinto muito por tudo, eu sei o quanto deve estar sendo difícil para você.
— Está sendo horrível — eu falo.
— Eu sei, eu imagino — ela diz. — Eu vim para ficar com você, para ficar ao seu lado, eu não vou sair do seu lado um minuto.
— Obrigada — eu olho para ela — Eu preciso ir pegar as cinzas do Paulo.
—Você já sabe o que vai fazer? — ela pergunta.
— Não — eu respondo — Eu não sei o que vou fazer ainda — eu digo chorando.
— Vamos, eu