Marília estava com a cabeça confusa, sentindo-se furiosa e triste, sem condições de ir trabalhar.
Depois de caminhar um pouco pela rua, viu um banco próximo a um canteiro de flores e foi sentar-se ali.
As lágrimas não paravam de cair.
Ela confiava tanto nele, que nunca imaginou que pudesse mentir para ela.
Quanto mais pensava, mais angústia sentia, mergulhada em seu próprio mundo, sem notar os olhares das pessoas ao redor.
Uma sombra se projetou sobre ela, e então surgiram diante de seus olhos um par de pés, acompanhados por uma voz masculina, suave e grave:
— Por que você está aqui?
Marília levantou a cabeça e, com os olhos embaçados pelas lágrimas, viu um rosto belo e refinado.
Ele não usava máscara naquele dia, apenas um boné preto, deixando seu rosto totalmente exposto ao olhar de Marília.
Ela abriu a boca, e o som que saiu foi rouco, como se sua garganta estivesse arranhada:
— Cipriano...
Cipriano olhou para os olhos vermelhos dela, como os de um coelhinho, e