A primeira a expressar insatisfação foi Selma.— Ontem não combinamos que você ia trazer o Leandro para nos apresentarmos? Como assim você mudou de ideia?Marília explicou:— Ele estava vindo comigo, mas no caminho recebeu uma ligação, um paciente estava em estado grave e a cirurgia só ele poderia fazer, então pedi para ele ir direto.Selma ficou um pouco surpresa:— O Leandro é tão bom assim?Alguém ao lado respondeu por Marília:— O Leandro é chefe do setor de cirurgia cardíaca. A cirurgia no pai da Amélia foi ele quem a realizou!— É sério? — Selma olhou surpresa para Amélia.Amélia sorriu forçadamente:— Sim, o Leandro é bem renomado na área de cirurgia.Selma sabia que o Leandro era médico, mas não sabia que ele também fazia cirurgias, e ainda mais na área de cirurgia cardíaca. Cirurgia cardíaca é uma questão de vida ou morte.Ela não era de se mostrar irracional e decidiu entender:— Tá bom, então. Você nos convidou para o Hotel do Lago Dourado com tanta boa vontade, não estou ma
— Eu estou jantando com a Selma e as outras.— Você está jantando com elas?!Marília explicou sobre o que havia prometido à Selma, que era convidá-las para jantar.Zélia, com má vontade, disse:— Você sabe muito bem que aquelas pessoas são falsas e interesseiras, não suportam ver os outros bem. Ficam felizes quando você está mal. Pessoas assim não merecem sua amizade!— Eu só quero ganhar o dinheiro delas, não preciso ser indelicada, né?— Mas as vendas da sua loja online não estão nada mal.— Quem é que vai recusar dinheiro? Além disso, não sei quanto tempo a popularidade do Cipriano vai durar. Não estou preocupada em não ter dinheiro para ganhar no futuro?— Então você deveria aproveitar bem a terça-feira da semana que vem. Se conseguir assinar contrato com a equipe do Cipriano, você sabe que não há drama do Cipriano que não seja um sucesso. Depois que você brilhar um pouco, vai ficar preocupada com dinheiro?— Sim, vou tentar aproveitar essa oportunidade.— Quer que eu vá com você?
Leandro soltou uma risada suave. O rosto de Marília corou involuntariamente, e ela achou que estava agindo de maneira um pouco infantil. Ela se afastou dos braços do homem e perguntou: — Está com fome? Eu fiz feijoada, quer comer um pouco? Ela sabia que Leandro tinha ido correndo para o hospital à tarde e provavelmente ainda não tinha jantado. Leandro assentiu com a cabeça. — Vá lavar as mãos, eu já vou trazer para você. A feijoada ficou cozinhando por duas horas, e a carne já estava bem macia. O arroz havia sido mantido aquecido, e agora que saiu do fogão, exalava um cheiro delicioso. Marília também colocou um copo de suco na mesa. — Feijoada fica ainda mais gostosa assim. — Está bom. Leandro se sentou à mesa, e Marília se sentou ao seu lado, apoiando o queixo nas mãos enquanto o observava. Leandro comeu um pedaço de carne de boi e disse: — Isso está muito bom. — Quando eu tiver tempo, posso fazer mais e congelar. Assim, quando você voltar, é só esquentar,
Larissa pegou as coisas e foi embora, e Marília se ofereceu para acompanhá-la. — Você se preocupa com o seu trabalho, deixe que o Leandro me leve. Leandro franziu a testa. Larissa lançou um olhar para ele, e Leandro, embora relutante, a seguiu para fora. Após fecharem a porta e chegarem ao elevador, Larissa finalmente falou: — Você e a Mimi estão bem nesses dias? Leandro percebeu que a mãe estava querendo dizer algo mais. — O que você quer me dizer? — Eu só quero que você seja mais gentil com a Mimi. Larissa olhou para o rosto do filho, que, embora fosse bonito, tinha uma personalidade difícil de agradar. Ela realmente não sabia como ele havia conquistado a Mimi. — Sobre o que aconteceu da última vez, quando o Aureliano fez aquela cena na casa da sua avó, e sobre a Helena... você já explicou isso para a Mimi? Leandro ficou um pouco impaciente. — O que há para explicar? — A Mimi, afinal de contas, tem uma ligação com ela... você sabe disso. Larissa observava
Na tarde de terça-feira, Marília chegou ao restaurante ocidental no horário combinado. Aproveitando que o outro ainda não havia chegado, ela organizou novamente os esboços de design que produzira nos últimos dias, mentalmente se preparando para a reunião. Precisava se sair bem e tentar fechar a parceria. Alguém bateu na mesa dela. Marília levantou os olhos e viu um homem alto e magro, com boné e máscara, cuja presença emanava uma aura fria. Quando seus olhares se cruzaram, seu coração disparou de repente, batendo forte, e ela abriu os olhos involuntariamente. — Vem comigo. O homem deu um passo à frente e começou a caminhar. Marília ficou parada por dois segundos, até perceber o que estava acontecendo. Apanhou rapidamente suas coisas e o acompanhou. O garçom os conduziu até uma sala privativa com discrição. Depois que o homem se sentou, ele retirou o boné e a máscara. Ao olhar para Marília, que estava de pé, tímida ao lado, ele sorriu levemente: — Por que não se senta?
Os professores que a acompanharam ao hotel anteriormente eram fãs de Cipriano, e, em comparação a eles, Marília claramente não estava à altura.Sob o olhar de seu ídolo, Marília abaixou a cabeça, se sentindo envergonhada e frustrada.Cipriano a observava, vendo o rosto dela vermelho, parecendo uma estudante que cometeu um erro, e deu uma leve risada.Ela não mudou nem um pouco.Depois de olhar todos os designs, Cipriano disse:— Está bom.Marília achou que provavelmente seria descartada, mas, ao ouvir aquele elogio, ergueu a cabeça imediatamente:— Sério?— Você não tem confiança em si mesma?Marília pensou nas palavras de Zélia; se nem ela mesma tinha confiança em si, como poderiam escolhê-la?— Eu tenho confiança! — Marília disse com seriedade. — Se me escolherem, não vou decepcioná-los.— Sim, eu também acredito que você pode fazer isso.Ao ouvir isso, o coração de Marília bateu forte. Será que ele estava prestes a assinar com ela?Ela esperou pela próxima frase de Cipriano, mas naq
Antes de hoje, Marília tinha a imagem de Cipriano como uma pessoa fria, reservada, mas muito talentosa, com base no que via na TV e nas redes sociais.Agora, enquanto ele a levava para casa, ela percebeu que ele era muito educado, gentil e parecia ser uma pessoa realmente boa, na verdade, alguém muito fácil de conviver.O ídolo estava ao seu lado.Marília pensou em pedir um autógrafo, já que suas ideias geralmente surgiam de repente, e ela sempre carregava um caderno e uma caneta na bolsa.Deixar de pedir um autógrafo agora? E se nunca mais o encontrasse? Pensou nisso e achou que seria uma grande pena.Quando Cipriano estacionou o carro na entrada do condomínio, Marília tirou o caderno e a caneta da bolsa.— Não devem permitir a entrada de carros de fora aqui. Só posso te deixar até aqui.— Sim, obrigada. Eu me viro daqui. — Marília, com coragem, estendeu o caderno e a caneta. — Você pode me dar um autógrafo?— Fico muito honrado. — Cipriano pegou o caderno e a caneta e escreveu o autó
Leandro franziu a testa ao olhar para a assinatura, depois fitou o rostinho radiante de Marília. Ele sabia muito bem que ser fã de alguém não era problema algum. Marília queria desenvolver sua carreira, e isso também não era um problema. Mas...Leandro voltou a pensar naquela foto, na qual Marília jantava com aquele homem. Ela o olhava com aquele mesmo olhar, e, só de lembrar, uma sombra já lhe invadia o coração. Marília estava aninhada nos braços do homem e não percebeu a mudança no humor de Leandro. Ela falava animadamente sobre seus planos para o futuro, sobre seu grande projeto para ganhar dinheiro. Leandro, ainda assim, a escutava com paciência.— Hoje eu fui com o Cipriano naquele restaurante, a comida estava uma delícia. Quando o dinheiro cair na minha conta no mês que vem, vou te levar lá para experimentar! — Podemos ir amanhã. — Eu quero te levar com o meu próprio dinheiro! — Marília esticou a mão e acariciou o rosto dele, do mesmo jeito que ele fazia com ela. — Am