Antes, quando via Lucas sentado na cadeira de rodas, sempre abatido, Camila ansiava todos os dias para que ele pudesse voltar a andar. Mas, quando ele finalmente conseguiu, sua tia e seu pai passaram a achar que ela não era boa o suficiente para ele. Eles se consideravam parte da alta sociedade, onde o lucro valia mais do que qualquer sentimento.
Depois de secá-lo, Lucas vestiu o roupão. Enquanto amarravam o cinto do roupão, Camila usou a mão direita, e ele, a esquerda. Cada um segurou uma ponta do cinto, e juntos, com um movimento sincronizado, deram um nó perfeito.
Lucas sorriu de leve:
— O que a gente pode chamar isso?
Camila pensou por um momento, inclinou a cabeça para olhá-lo e sorriu com os olhos:
— Sintonia de casal?
Lucas pareceu refletir sobre algo e, após uma breve pausa, respondeu:
— Sim, sintonia de casal.
Ele abaixou o olhar, fixando-o nas sobrancelhas arqueadas dela, e perguntou:
— Se há três anos eu não tivesse dinheiro, você ainda teria se casado comigo?
O coração de C