Dimensão 10
Dimensão 10
Por: Brasil Estúdios
A constante universal

Neste mundo, existem mais de 7,5 bilhões de pessoas. Cada uma dessas pessoas possuí uma história diferente.

As pessoas são movidas pela curiosidade de descobrir coisas novas e vivenciar novas experiências. Essas experiências são o que fazem cada pessoa ser única.

A busca pelo conhecimento e a procura por respostas foi o que fizeram a humanidade progredir. Alguns acontecimentos marcantes no mundo acabam por se tornar de conhecimento geral... Porém, há outras questões que não são do conhecimento de ninguém, ou quase ninguém.

Algumas perguntas podem demorar mais que outras para serem respondidas, enquanto outras podem nem vir a ter resposta. Há vida fora da Terra? Existem civilizações mais avançadas que nós em outra parte da galáxia? O que podemos encontrar fora da Via Láctea? Tem algo além do Universo?

Essas são algumas das dúvidas que rondam a humanidade há muito tempo. Muitos tem medo de obter a resposta para essas perguntas, já outros tem uma vontade imensa de saber mais sobre o universo e suas peculiaridades.

O dia 04 de novembro de 2019, a princípio, parecia ser um dia como qualquer outro, mas... Esse seria o dia em que dois jovens terráqueos iriam vivenciar a experiência mais única de todas, uma que ninguém jamais imaginou viver antes...

Era 08:15 da manhã em uma pequena cidade do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Uruguaiana é o último lugar em que alguém esperaria que heróis poderiam surgir, afinal, por que não alguma cidade dos EUA? Mas o que poucos levam em consideração, é que um grande herói pode vir de qualquer lugar.

Em uma escola pública da cidade de Uruguaiana, Instituto Estadual de Ensino Romanelo Vals Lira, começava uma visita ao museu da cidade.

Uma professora orientava seus alunos com um tom calmo mas imperativo em sua voz: "Todos em seus lugares! Vamos partir em 5 minutos!"

Nas poltronas 17-18, haviam dois garotos que estavam conversando. Marco de 18 anos, tinha por volta de 1,80 de altura, usava um all star preto e branco, olhos pretos, camisa preta, boné e carregava consigo um skate. Ao lado dele Neivaldo de 17 anos, cabelo cacheado, olhos cor de mel, tinha por volta de 1,74 de altura, tinha um semblante de maluco, usava camisa de time de futebol e uma bermuda amarelo queimado.

Marco exclama com uma expressão de felicidade em seu rosto: "Nem acredito que falta apenas 1 mês e meio para estarmos livres dessa escola para sempre."

Neivaldo concorda, complementando a comemoração de Marco e perguntando: "Finalmente esse dia está próximo! O que você pretende fazer depois?'

Marco responde enquanto observava as pessoas passando na janela do ônibus: "Sei lá! Minha cabeça dói só de pensar nisso, minha mãe que lute para me sustentar. E você?"

Neivaldo responde com um ar de orgulho: "Eu estou pegando a filha do doutor Gilberto!"

Marco pergunta enquanto seus olhos ficavam vidrados em Neivaldo: "A filha única de uma das pessoas mais ricas da cidade?! Isso é quase como ganhar na loteria!"

Neivaldo responde enquanto colocava os pés em cima da poltrona da frente: "Pode crê! Aquele velho já está com o pé na cova e a Letícia é sua única filha e herdeira. Já estou com a vida garantida!"

Mas algo interrompe a conversa deles, era uma voz grave e aparentemente a pessoa estava muito empolgada. A voz questionava com curiosidade e euforia: "Sério? Você tem certeza que as relíquias do Egito podem estar aqui?"

Marco questiona Neivaldo com um tom de deboche: "Do que aqueles nerds estão falando?"

Neivaldo responde com mais deboche enquanto tentava olhar na direção de onde vinha a voz: "Nerdsses, o que mais?"

Nas poltronas 13-14, estavam conversando dois garotos. João de 18 anos, tinha por volta de 1,79 de altura, olhos castanho escuro, usava um boné preto e branco, tênis do mutante Rex e um moletom com uma camisa azul por baixo. Ao lado dele estava Mark de 17 anos, tinha por volta de 1,77 de altura, olhos castanho claro, usava um casaco com o número "52" e uma camisa preta com um tipo de cruz branca.

João respondia os questionamentos de Mark com um olhar sério e fulgurante: "Tenho sim! Se meus estudos estiverem corretos, as relíquias foram descobertas por um arqueólogo francês chamado Louis Dubois no século XIX. Em 1866 elas foram levadas para Marselha na França, onde ficaram até 1919. Após a Primeira Guerra Mundial, a Europa inteira mergulhava em uma crise, fato esse que fez com que os antigos proprietários das relíquias as vendessem. O comprador veio a ser o museu municipal do Rio de Janeiro, onde ficaram por apenas 1 ano e 3 meses em exposição. No dia 16 de agosto de 1920, após um incidente onde, supostamente, uma pessoa desapareceu na ala egípcia do museu, as relíquias foram trancafiadas no porão. Em 1926 o diretor do museu optou por vendê-las. O comprador era um milionário de Buenos Aires, que havia mostrado um grande interesse nas relíquias. As relíquias estavam sendo enviadas ao seu comprador, mas infelizmente o mesmo veio a falecer subitamente antes de receber sua encomenda. A família do comprador não tinha nenhum interesse nelas e o museu também não as queria de volta, então, no fim das contas, elas acabaram ficando no lugar onde estavam quando o comprador faleceu."

Mark questionou enquanto franzia as sobrancelhas: "E esse lugar era Uruguaiana?"

João responde enquanto dava mais detalhes sobre as relíquias: "Na verdade, não. Elas estavam em Santa Maria durante o ocorrido e, posteriormente, foram repassadas para o museu de lá."

Mark faz outra pergunta enquanto olhava fixamente para João: "Então como você pode estar tão certo de que elas estão aqui?"

João respondeu enquanto amarrava seus tênis: "Em 1957, os museus de Uruguaiana e Santa Maria trocaram diversas peças entre si. Não há nada confirmado, mas parece que as relíquias egípcias estavam na lista de trocas. Portanto, acho que podemos dizer que existe 50% de chance delas estarem aqui."

Mark suspira e mais uma vez questiona João: "E o que afinal você quer com essas relíquias?"

João responde enquanto arrumava seus óculos: "Eu estou a um mês e meio estudando hieróglifos egípcios. Quero descobrir o que está escrito nelas."

Mark fica com um semblante de confuso enquanto pergunta a João: "Como foi que você achou alguém para te ensinar hieróglifos?"

João respondeu enquanto olhava para o teto do ônibus: "Eu conversei com um historiador argentino que estava interessado em saber mais sobre o Brasil. Podemos dizer que foi uma troca, já que nenhum de nós pagou nada para o outro."

Mark continua a indagar João: "E como você o encontrou?"

João respondeu enquanto sorria e acenava para um conhecido que passava ao lado do ônibus: "Um amigo argentino meu sabia do meu interesse e me apresentou."

Os olhos de Mark brilhavam enquanto ele mais uma vez questionava João: "Amigo argentino? E onde você aprendeu a falar espanhol?"

João respondia com alegria as perguntas de Mark: "Um amigo americano me apresentou esse meu amigo argentino, aí eu aprendi com ele espanhol e o ensinei português."

Mark intrigado continuava a questionar João: "E onde você aprendeu inglês?"

João olhava para Mark e com muita paciência prosseguia respondendo suas perguntas: "Um conhecido coreano me apresentou esse americano. Eu o ensinei alemão e ele me ensinou inglês."

Mark com um olhar de surpresa perguntou mais uma vez para João: "E onde você aprendeu alemão e coreano?"

João percebendo que aquilo poderia se estender, terminou com o diálogo rapidamente: "Vamos ficar nisso o dia todo, Mark."

Mark concordou com João e deu continuidade no assunto anterior: "Você tem razão. Mas enfim, eu sempre achei que por ser uma escrita antiga, os hieróglifos não tivessem uma tradução 100% precisa."

João respondeu Mark enquanto observava a professora aconchegando os alunos: "E realmente não tem, mas o que temos hoje já é o suficiente para interpretar a maior parte das coisas de forma correta..."

João foi interrompido pela voz da professora que exclamava: "Vamos partir agora! Todos em seus lugares!"

A viagem durou cerca de 40 minutos. O ônibus verde e branco levou tranquilamente a turma de 25 alunos até o seu destino. O destino em questão se tratava do museu municipal da cidade. Era relativamente grande, possuindo por volta de 50 metros de largura e 30 metros de altura. Todos os alunos tiveram que assinar uma lista de presença na entrada do museu.

A professora dizia enquanto orientava seus alunos: "Chegamos! Por favor, desçam e esperem na frente da porta de entrada. Me encontro com vocês logo, logo! Ah, não esqueçam que assim que voltarmos para a escola, vocês deverão me entregar o trabalho de história que pedi."

Marco fez uma expressão de medo e surpresa enquanto questionava Neivaldo: "Eu não fiz essa parada ai! Você fez, Neivaldo?"

Naivaldo respondeu enquanto franzia a testa: "Não fiz nada! Vamos ter que dar um jeito de conseguir!"

Marco soltou uma pequena risada enquanto perguntava a Neivaldo : "Vamos fazer o de sempre então? Hahaha!"

Neivaldo riu também e concordou com Marco: "É claro que sim!"

Um pouco mais a frente, estavam João e Mark. João estava eufórico com as tais relíquias: "Eu estou muito ansioso!"

Mark dá um sorriso de canto de boca e diz: "Depois de você falar tanto sobre isso, acabei ficando curioso sobre essas relíquias. Tomara que a ala egípcia seja uma das primeiras!"

Marco e Neivaldo chegaram por trás de Mark e João, empurrando-os. Marco com um ar de deboche diz: "Então, nerds... Acho que vocês já devem imaginar o que a gente quer, não é mesmo?"

Mark com muito sarcasmo e imprudência responde: "Eu tenho uma teoria!"

Marco com um olhar de superioridade responde: "Sua teoria está certa! É exatamente isso que queremos!"

Mark olha para baixo enquanto fala com uma voz arrastada: "Puxa vida...para mim, é difícil falar isso sabe, mas eu tenho que dizer. Nós somos héteros! Se quiserem uma diversão tentem ir até a Setembrino, uma rua de Uruguaiana onde profissionais especializados trabalham com o que vocês querem. Ou, tentem colocar um anúncio na Olx. Quem sabe até o Tinder né."

João fala no ouvido de Mark: "Cara... CALA BOCA..."

Marco fica com um semblante irritado e questiona com uma voz alta, quase gritando: "O que foi que esse garoto disse?"

Neivaldo responde com tom de deboche e voz zangada: "Ele disse que quer ir ao hospital visitar o médico!"

João tenta suavizar a situação: "Calma aí pessoal, foi só uma brincadeira do meu amigo inconsequente...olha, eu sei o que querem mas há um probleminha, dessa vez nós já colocamos os nossos nomes nos trabalhos..."

Neivaldo fala sarcasticamente: "É mesmo? Mas que pena! Bom, segundo o regulamento, vocês devem tomar uma surra na saída por cometerem um erro tão grave como esse. É bom estarem com a cara preparada! "

Marco complementa o que Neivaldo disse: "E se contarem qualquer coisa para a professora, a punição vai se estender pelo resto da semana!"

Mark começa a ficar irritado e fechar seu punho, mas João toca suavemente em seu ombro e fala com calma: "Claro! Não se preocupem quanto a isso, vamos estar preparados para a punição e também não vamos contar nada ninguém."

Marco com um tom de autoridade diz: "É bom mesmo!"

Marco e Neivaldo se afastam enquanto Mark se questiona enquanto fecha os olhos: "Por que não reagimos?"

João fala com seriedade para Mark: "Ficou maluco?! Não temos chance alguma contra eles! Se lembra do que aconteceu da última vez que você reagiu?"

Mark com um olhar de vergonha responde: "Eles colocaram dois tubos de cola inteiros na minha mochila e depois enfiaram ela na minha cabeça..."

João fala pretensiosamente: "Exato! A única coisa que caras como nós podemos fazer é esperar pelo futuro. Quando nós formos os patrões, eles vão trabalhar para nós!"

Mark responde com um tom tímido em sua voz: "Não estou muito confiante disso..."

João continua a incentivar Mark: "Nós vamos ter muito dinheiro e influência por toda a cidade, aí eu quero só ver com que cara eles vão olhar para nós."

Mais a frente, Mark e João ouviram uma discussão. Marco e Neivaldo estavam ameaçando um de seus colegas. Marco dizia enquanto ameaçava o garoto: "Nós sabemos que você ainda não colocou seu nome no trabalho e tem um reserva, caso aconteça algo com o original, então façamos um trato: Você vai nos entregar os trabalhos e nós não colocamos sua cabeça na privada."

Neivaldo abriu um sorriso de orelha a orelha enquanto concordava com Marco: "Parece muito justo para mim."

O garoto começou a tentar barganhar com Marco e Neivaldo. Ele disse enquanto gaguejava: "Pessoal...eu passei dias pesquisando para fazer este trabalho, por favor!"

Marco ficou irritado e começou a gritar com o pobre garoto: "ACHO QUE VOCÊ ESTÁ SURDO NÃO É?!"

Neivaldo completou: "Vamos ter que dar um jeitinho nele!"

Mark não conseguiu ficar parado vendo aquilo. Ele exclamou enquanto soltava sua mochila no chão: "AH NÃO!"

João já imaginando o que iria acontecer, segurou o braço de Mark enquanto perguntava: "Mark! O que vai fazer?!"

Mark puxou seu braço com força da mão de João e disse com uma voz irritada: "Uma burrice provavelmente!"

Mark chegou por trás de Marco e Neivaldo enquanto gritava: "Deixem ele em paz!"

Marco com uma expressão de surpresa diz: "Você de novo? Acho que vamos precisar estender a surra pelo resto da semana!"

Mark mais uma vez utiliza do sarcasmo e humor para lidar com a situação. Ele diz enquanto se coloca na frente de Marco e Neivaldo: "Qual é o problema de vocês? Não custava nada tirar um tempinho para fazer um trabalho meia boca que seja, porque vindo de vocês, um trabalho bom só seria feito caso fossem substituídos por robôs."

Neivaldo muda seu semblante arrogante para um furioso. Ele pergunta enquanto empurra Mark no chão: "Como é que é?!"

João chega e ajuda Mark a se levantar. Ele pergunta: "Você se machucou?"

Mark responde enquanto levanta e limpa sua calça: "Não..."

Todos são interrompidos pela professora que grita: "Muito bem, vamos entrar!"

João solta um suspiro de alívio enquanto exclama: "Finalmente!"

Marco com muita raiva fala: "Deram sorte, vocês três! Mas eu ainda quero aqueles trabalhos!"

O garoto que Mark "salvou", ficou meio sem jeito, mas agradeceu de modo tímido: "Valeu cara..."

Mark responde enquanto ajuda o garoto a juntar seus livros do chão: "Tudo bem...eles não tem o direito de ameaçar ninguém."

A professora explica aos seus alunos a ordem de alas pelas quais eles irão passar: "Primeiro vamos começar pela ala indígena, depois a ala asiática, pré-histórica e..."

Mark fala com desânimo: "Hum... a ala egípcia não vai ser a primeira."

João fala com alegria: "Isso é ótimo!"

Mark o questiona: "Ótimo? Por quê?"

João explica para Mark enquanto a turma vai entrando no museu: "Se formos só nós dois lá agora, vamos ter mais tempo para analisar todas as peças da ala e ver se as relíquias estão lá."

Mark reprende João: "Mas, a professora vai ver se a gente se separar do resto da turma."

João explica seu plano para Mark: "Você conhece nossa turma, assim que a professora for para ala asiática vão ter alguns que vão permanecer na ala indígena. Se a gente for aos poucos ficando para trás ela não vai notar."

Mark balança a cabeça, sinalizando que entendeu, enquanto diz: "Espero que isso dê certo!"

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