Dessa vez, não forcei um sorriso. Ainda estava distraída pelo cliente anterior e pelo turbilhão de pensamentos sobre Ethan. Mas, assim que levantei os olhos para o recém-chegado, um arrepio percorreu minha espinha.
O homem que entrara não parecia o tipo que compraria flores. Seus olhos frios e calculistas vagaram pelo ambiente de maneira meticulosa, como se analisasse cada detalhe. Ele usava um casaco escuro, pesado demais para a estação, e botas gastas de quem estava acostumado a longas caminhadas. Suas feições eram marcadas, a mandíbula rígida, e havia algo na forma como se movia — controlado, letal — que me fez instintivamente querer dar um passo para trás. Mas não o fiz. Em vez disso, segurei firme a borda do balcão e esperei. O estranho não respondeu de imediato. Apenas caminhou lentamente pelo espaço, os dedos deslizando de forma quase desinteressada sobre as folhas de uma samambaia pendurada. Seus movimentos eram calmos, quase