17. Nova casa
O GPS indicava que estavam próximos. Um calafrio ainda percorria o corpo de Clara, e suas mãos suavam mais a cada minuto. Jorge, por outro lado, parecia tranquilo, ao menos exteriormente.
A tarde começava a descer suavemente no horizonte. As folhas das árvores, amareladas e secas, caíam lentamente ao sabor do vento. Era uma tarde fria de inverno; o outono havia se despedido há apenas dois dias, e o pôr do sol trazia consigo um frio cortante.
Clara olhou pela janela do carro, tentando controlar a ansiedade. O cenário ao redor parecia um quadro pintado em tons de cinza e laranja. Jorge, concentrado na estrada, quebrou o silêncio:
— Está tudo bem? — perguntou ele, sem desviar os olhos do caminho.
— Sim, só um pouco nervosa, acho — respondeu Clara, tentando forçar um sorriso.
Jorge assentiu, compreensivo. A jornada deles estava prestes a inciar.
Entraram em uma travessa da avenida. A placa indicava "Rua 45". Parecia ser uma rua calma, estava em silêncio e não havia ninguém na