Isabella Duarte Ricci
Após receber alta do hospital, eu quis fugir e fui para onde eu poderia me punir.
Arrumei a mala e no dia seguinte eu viajei para o Brasil, onde a Aurora estava morando atualmente.
Desde que deixei a Itália, me escondi nos braços da minha irmã, fingindo que estava ali para ajudá-la, quando, na verdade, estava fugindo. Fugindo da dor. Fugindo da culpa. Fugindo da verdade que poderia mudar tudo.
Dimitri me ligava todos os dias. Sua voz rouca e cheia de saudade sempre me fazia fechar os olhos e me segurar para não ceder, para não contar tudo, para não deixar escapar o peso que eu carregava.
Ele achava que eu estava no Brasil para apoiar Aurora, e em partes, isso era verdade. Mas a maior verdade era que eu não conseguia olhar para ele sem lembrar do bebê que nunca conheceríamos.
Aurora estava no sexto mês de gestação. Seu corpo já carregava as marcas da maternidade, sua barriga arredondada e os olhos brilhantes cheios de expectativas para o futuro. Ela não