DOIS DIAS DEPOIS
— Não posso demorar muito. Não quero que ela desconfie de nada.
Foi a primeira coisa que Mac falou quando seu acompanhante entrou na cafeteria ― não a de Edna, é claro ―, portando uma pasta de couro e vestindo um terno de tweed bastante fora de moda. Usava também um bigode, e seus cabelos grisalhos, contrastando com a pele negra, faziam com que lembrasse um cantor de jazz boêmio ou uma versão mais jovem de Morgan Freeman.
Bem, a aparência dele era o que menos importava. Sabia que era bom. Que daria conta do serviço e que estava disposto a viajar de Belo Horizonte para chegar em Serenia às sete da manhã sem cobrar a mais por isso.