CAPÍTULO 1

━ • ✿ • ━ Nicoly ━ • ✿ • ━

Nunca vou me cansar da adrenalina de correr, minha Dyna é tão confortável quanto pode, mas passar mais de 5 horas com minha bunda no assento da moto não é tão confortável assim. Até os viajantes precisam de uma pausa para manter o corpo inteiro, assim que eu ver uma cidade eu vou parar nela e descansar por algumas horas, esse é o meu objetivo de todo modo, conhecer quantas cidades eu puder. 

Vejo o sol começar a se pôr e o frio começar a aumentar, é assim, de dia muito quente e a noite muito fria, me aconchego mais em minha jaqueta e continuo guiando, a cidade mais próxima fica a mais uma hora daqui, eu aguento. Minha playlist recomeça a tocar desde a primeira e aprecio Dusk Till Dawn - Zayn, as batidas me dão uma energia extra, gosto muito de ouvir músicas, elas me dão vigor, é algo surreal.

Quando a música está acabando minha bebê começa a parar sem o meu consentimento, há algo errado, ela não está sem gasolina, abasteci em um posto pouco tempo atrás, sempre me certifico de encher o tanque para não ficar presa no meio da estrada. Paro no acostamento e aparentemente parece tudo certo, quando desço vou logo verificar o que há de errado, para meu azar é a embreagem, não acredito, ela estava nos conformes na última verificação e agora já era a caixa de embreagem. 

— A próxima cidade é daqui uma hora, como vou fazer para chegar lá, principalmente à noite? — bufo frustrada e pego o celular para ver se consigo ligar para algum guincho. — Sem sinal! Perfeito! Dyna, estamos ferradas.

Completamente irritada comigo mesma por não ter percebido isso empurro minha bebê estrada adentro, não posso deixar ela aqui e nem posso ficar aqui sozinha no frio, creio que se passaram meia hora desde que saí de onde ela quebrou. Resolvo parar para comer algo, já que ainda não toquei em nada do que comprei, como uns cookies, bebo uma soda que já está quente, como alguns nachos de queijo e me sinto satisfeita para mais uma pernada, benefícios de viajar por aí. 

Dou mais alguns passos e vejo um letreiro dizendo, “Bem Vindo a Thompson - População 5.000 habitantes”, não lembro dessa cidade no mapa, será que eu não atualizei? Não importa, eu posso parar e ver se há um mecânico, um guincho e consertar minha bebê, não suporto vê-la dodói. Atravesso a fronteira e logo avisto algumas lojas, vejo uma mercearia e paro bem na frente, a cidade parece acolhedora, nada mal, vai para a lista de cidades que gostei só de olhar. 

Entro na loja e vou direto no caixa que está vazio, além de mim há apenas um homem na sessão de ferramentas e uma mulher na sessão de banho, olho o homem no caixa e ele me olha como se eu fosse um alien, não sei porquê, não vem visitantes aqui? Enfim. Ele é até muito bonito, está na casa dos 38, nada mal, tem uma barba rala, olhos castanhos e cabelo estilo raspado do exército, seu corpo é bem musculoso para uma pessoa que parece ser mais velho, difícil ver homens mais velhos com tudo ok, estão sempre com barriga de chopp ou bem acabados, ou ambos.

— Olá! — uso meu melhor sorriso, não quero que ele pense que quero lhe roubar ou algo assim. — Minha bebê, quer dizer, minha moto deu problema aqui perto, eu preciso de um mecânico. — sorrio tentando lhe fazer tirar essa expressão assustada do rosto. — Olha, não quero roubar nada, nem fazer algum mal. Só quero consertar minha moto e continuar minha viagem ok? — seu rosto se suavizou e creio que ele acreditou em mim. 

— Desculpe meus modos, é que... Não recebemos visitantes. — ele sai de seu estupor e sorri fraco. 

— Não recebem? Ou faz tempo que não recebem? A cidade parece bem aconchegante para mim. —  olho ao redor e as duas pessoas que estavam escolhendo suas coisas agora estão me encarando também, bizarro. 

— Faz tempo. — vejo uma mulher loira e alta sair de uma porta que presumo ser a dispensa, ela tem olhos bondosos e sorriso largo. Parece aquelas modelos da Victoria's Secret, me sinto até desajeitada com poeira até em lugares que não posso dizer. 

— Eu só preciso... — ela me interrompe ainda sorrindo. 

— Eu ouvi querida, não se sinta acuada por esses bobões. — ela lança olhares reprovadores e cada um volta a seus afazeres. — O velho Cory pode consertar sua moto, se quiser posso te acompanhar até lá. — gostei dessa mulher.

— Realmente não quero incomodar, se me disser onde é posso ir sozinha. — ajeitei minha mochila nas costas e sorri. 

— Oh que isso, bobagem! Já basta à má impressão que está dos habitantes daqui, preciso mostrar que nem todos são tão rudes. — ela tira seu avental e sai de trás do balcão. — Mike querido, cuide da loja, não demoro. — ela pisca para o homem bonito que está no balcão e anda até a saída.

A sigo sem dizer nada, de algum modo sei que ela é confiável, não sei explicar o porquê, apenas sei, pego minha moto e a empurro enquanto ela caminha me mostrando a direção. Ela usa um vestido preto rodado que define muito bem seu corpo, me dá até uma inveja branca, eu sou bonita de corpo, mas ela é espetacular.

— Eu me chamo Vivian Connor Glines, e o Mike Glines é meu esposo, ele não lida bem com visitantes.

— Não tem problema, eu me chamo Nicoly, mas me chame de Nic. 

— Tudo bem Nic, os outros dois que estavam lá são moradores da cidade, não temos visitantes há um tempo, desculpe de novo. 

— Creio que sei porque não há visitantes, sua cidade não estava no mapa. Das duas uma, ou o meu mapa estava ruim ou alguém os esqueceu. 

— Deve ser problemas no site, essas coisas sempre dão problemas. — ela sorri meiga e concordo, ela deve saber, afinal é a sua cidade. — Estava indo para onde? Se não for rude perguntar.

— Na verdade não tinha destino, saí do Texas e estava deixando a estrada me levar, até minha moto quebrar. Eu lembro de ter verificado ela antes de sair e ela estava bem, estou chocada que ela quebrou. — chocada é pouco, preciso consertar isso. 

— Entendo, viajante então, sinto muito pela sua moto, ainda bem que encontrou nossa cidade, a estrada à noite por essa região não está muito segura ultimamente. — ela estremece ao dizer. 

— O que há de errado? — indago curiosa. 

— Nada que lhe preocupe, agora vamos ver o que o velho Cory pode fazer pela sua moto. — paramos em frente a uma oficina e a Vivian entra sem se anunciar. Não sabendo o que fazer fico onde estou. 

Olho ao redor e vejo mais casas, todas estão escuras, parece que não há ninguém, ou todos já foram dormir, estranho que ainda está cedo. Vejo a Vivian voltar de lá com um homem forte, alto e velho vindo atrás dela, ele deve estar na casa dos 50 anos, ele é assustadoramente enorme.

Cory Moore, essa é a Nicoly mas prefere ser chamada de Nic, sua moto quebrou perto daqui e ela veio pedir ajuda. — ela fala dando ênfase que eu vim aqui, não sei o porquê. 

— Então viu nossa placa. — ele mexe o palito que está em sua boca ao falar, ele não pergunta, afirma. 

— Sim. — sorrio respondendo mesmo não tendo sido uma pergunta. — Foi a embreagem, se tiver uma posso trocar agora e seguir meu caminho. — sorrio, apesar de eles serem acolhedores algo me cheira estranho.

Harley - CVO - Limited, boa espécime, não tenho o que ela precisa, posso pedir amanhã de manhã e ela chega em dois dias. — ele analisa minha Dyna e após me olha.

— Dois dias? — talvez não seja má ideia, eu passo esse tempo em diversas cidades mesmo. 

— Sim, até lá sua belezura fica parada. — ele cruza os braços e seus músculos se comprimem apertando na blusa xadrez.

— Você pode ficar na pousada da cidade, creio que a Jinn vai adorar ver um rosto novo, assim você conhece mais outra cidade até sua aventura continuar. — a Vivian sorri e assenti. 

— Tudo bem, e Cory, não tem problema com o preço, eu posso pagar, só quero que conserte minha Dyna. — o olho e sorrio. 

— Dyna? — ele ergue a sobrancelha direita em confusão. 

— Minha moto. — aponto com a cabeça para minha bebê. 

— Entende de motos então? Uma mulher só põe um nome em uma moto quando mexeu nela toda. — ele descruza os braços e sorri aparentemente satisfeito por saber disso. 

— Absolutamente tudo, adoro. — sorrio de volta e seus olhos brilham. 

— Vai ser divertido ter sua ajuda na hora de consertar. — ele fala mais divertido. 

— Quem disse que você irá consertar? Ninguém mexe nela, sem ofensa. Só preciso da peça e o resto é comigo. — pisco e vejo seus olhos dançarem em diversão. 

— Menina você não existe, precisamos de mais dessas por aqui. — ele ri alto me assustando. — Vão ser dois dias muito bons. — ele continua rindo enquanto leva a minha Dyna para dentro. 

— Ele gostou de você. — a Vivian sorri olhando para o Cory. — Ele não sorri para muitas pessoas, muito menos gargalha. Se o velho Cory não gostar da tua cara ninguém gosta, ele tem uma espécie de sexto sentido ou algo assim. — ela começa a andar se afastando de lá. — Vamos, vou te deixar na pousada. 

— Sinto que estou dando muito trabalho. — brinco andando ao seu lado.

— É um prazer ajudar, ainda mais que você fez o velho Cory sorrir, você é especial. — ela pisca meio enigmática e apenas sorrio assentindo.

Algumas quadras depois vejo uma grande pousada escrito, Hale's Pousada num letreiro brilhante em neon, essa placa pode ser vista até do Texas de tão brilhante que está. 

— Vivian, eu notei que não há ninguém nas ruas, há algo de errado? — questiono já não aguentando a minha curiosidade. 

— Não é isso. — ela ri baixo divertida. — Hoje estamos comemorando o Dia do Fundador. Os moradores estão na praça festejando.

— E porque você não está lá?

— Não gosto muito de festas, prefiro ficar em casa com o Mike, você pode ir lá apreciar nosso feriado já que vive conhecendo lugares, veio no dia certo. — ela sorri e acho uma ótima ideia. 

— Seria fantástico, preciso espairecer, estarei por aqui mesmo, nada melhor do que conhecer a cidade. — assinto enquanto entramos na pousada. 

— Não estranhe se todos te olharem com surpresa, você é a primeira visitante depois de um longo tempo. Isso causa um impacto para uma cidade não tão grande que só conhece quem mora aqui. — ela explica e a agradeço porque a senhora que está na recepção me olha do mesmo jeito que o Mike e os outros dois da loja. 

— Vivian meu doce, quem é a bela moça? — a senhora de cabelos grisalhos sai detrás da recepção e se aproxima de nós. — Me chamo Jinn. — ela estende a mão e a aperto sorridente 

— Pode me chamar de Nic. 

— Ela precisa de um quarto para duas noites, sua moto quebrou aqui perto e ela viu a cidade. — outro ênfase no viu

— Viu? — a senhora arregala os olhos em surpresa. — Isso é magnífico, verei nosso melhor quarto.

Ela corre para a recepção e começa a digitar em seu computador, olho ao redor e vejo o design rústico, paredes de concreto com detalhes semelhantes a de madeira, uma escada que leva para os quartos, a porta que deve levar a cozinha. Ela volta com uma chave cartão e me entrega, pego e vejo quarto 69, ela sorri largo junto da Vivian, espero que sua hospitalidade não seja ruim, confesso que isso está me assustando um pouco. 

— Então... Até que horas vai o festival? — pergunto a Vivian. 

— Você vai? — a Jinn interrompe me olhando com os olhos esbugalhados. 

— Eu dei a ideia de ela ir. — a Vivian troca olhares com Jinn, muito suspeito. 

— Eu gostei da ideia já que vou ficar por aqui, eu posso ir mesmo não é? — talvez seja privada e a Vivian só quis ser gentil e eu não posso ir.

— Claro, vai ser muito bom para a cidade ver um rosto novo. — a velha senhora assente. 

— Tudo bem, vou me trocar e em breve vou lá ver como vocês festejam, eu gosto de festejar. — rio baixo. 

— Veio para o lugar certo, somos os mais festeiros da região. — a Vivian sorri orgulhosa. 

Me despeço das duas mulheres e entro em meu quarto, o lugar é lindo, aconchegante, as paredes são cinzas, já gostei, há uma cama de solteiro no centro, um frigobar ao lado e no outro uma mesinha com um abajur. A esquerda uma porta que presumo ser o banheiro, há uma janela ao lado da cama dando visão a parte mais interna da cidade, caminho até lá e abro a mesma. 

Sinto uma brisa refrescante entrar, olho para adiante e vejo muitas luzes, a festa está acontecendo, posso ouvir as batidas, só não consigo discernir a música, mas sei que é animada. Fecho a janela e me dirijo para o banheiro, preciso de um banho para tirar os quilos de poeira que eu trouxe da estrada, vestir uma roupa de arrasar e festejar, talvez eu encontre um americano aqui para me satisfazer essa noite e a próxima até eu ir.

━ • ✿ • ━ Damien ━ • ✿ • ━

Me olho no espelho uma última vez, eu deveria ir de terno, só que se eu for de terno os caras vão detonar meu terno, meus ternos são feitos a mão então eu os preservo. Opto por usar uma calça jeans preta, um sapato preto com azul claro, uma blusa de botão na cor azul bebê e minha jaqueta jeans preta que acho meticulosamente dobrado no closet, espero que meus pais não me briguem pela informalidade.

— Ainda não terminou menininha? — ouço a voz do Dimi do andar de baixo e reviro os olhos.

— Só estou conferindo o que as mulheres irão olhar hoje, se não quiser ser ofuscado aconselho manter distância. — retruco chegando até ele em minha super velocidade.

— Cadê meu irmão sério que vive mandando eu ter juízo? — ele ergue uma sobrancelha em diversão. 

— Ele está doido para chutar essa seu traseiro espertinho, eu deixo ele fazer isso? — provoco. 

— Dimi pare de testar a paciência do nosso irmão, ele é desprovido disso. — vejo o Domi descer as escadas, suas roupas são quase como as minhas, exceto pela cor da blusa que é vermelha. E o Dimi está semelhante, exceto pela cor da blusa que é laranja. 

— Alguém aí falou sobre o gato da família? Porque ele chegou na área, tremam diante de Deus! — e o idiota do meu irmão está fazendo o que adora fazer, se achar o garanhão. Ele está como nós só que a blusa na cor verde. 

— Isso é o que? Uma farda que só muda a cor de dentro? — rosno. 

— Não acredito que a mãe fez isso de novo. — meu irmão caçula Duran desce as escadas com sua roupa igual, mas a blusa na cor roxa.

— Ela escolheu a roupa de vocês também? — o Domi nos olha. 

— Sim. — D revira os olhos. 

— Droga, mãe! — Dimi resmunga. 

— Eu só vi essa roupa no armário e usei, foi coincidência. — dou de ombros.

— Com a mãe que temos duvido disso irmão. — Domi sorri divertido. — Ela te fez pensar que você escolheu essa roupa. 

— E eu pensando que já ia levar um ralho por não estar de terno. — rio baixo. 

— Se tivesse de terno íamos estragar ele. — o D sorri maléfico. 

— Por isso ela escolheu nossas roupas. — o Duran revira os olhos. 

— Por isso ela é a melhor. — o Domi sorri. 

— Verdade. — assinto, nossa mãe é a melhor mãe do mundo, para ela somos eternos meninos, principalmente o Duran. 

— Vamos logo, já estamos o quinteto siameses mesmo. — o D fala rindo indo para a porta. 

— Vamos lá. — verifico o discurso no bolso e sigo meus irmãos para a saída.

A festa já está acontecendo desde cedo, o discurso só será daqui alguns minutos, que é a hora exata em que os primeiros vampiros chegaram aqui, vou ter que discursar e abrir o champanhe, é a tradição. Vejo todo o povo sorrindo e festejando como se nada tivesse acontecido, é isso que eu quero, nada de perigo nos rondando, vejo nossos pais no pequeno púlpito que foi feito no meio da praça para os dois e para mim. 

— Falow otários, as meninas me chamam. — o D pisca para um grupo de meninas que acenam animadas.

— Vou verificar o estoque de bebidas. — o Dimi fala piscando divertido. Ele vai encher a cara isso sim. 

— Prometi ficar na barraca histórica, vai ser fascinante contar nossas histórias a todos os moradores. — o Domi fala animado. 

— Sejam felizes irmãos. — sorrio vendo eles três irem para seus respectivos destinos. — E você moleque? — passo a mão na cabeça do Duran que me lança um olhar mortal.

— Eu não sou um moleque, já sou maior de idade Dame, há décadas, apesar de eu ser o mais novo, você sabe disso. — ele revira os olhos. 

— Não de acordo com a mãe, e lá vem ela. — rio vendo a nossa mãe deslumbrante em um vestido de seda até os joelhos na cor rosa bebê. Quando ela vê o Duran, seus olhos brilham. 

— Meus meninos! Estão lindos, os vi chegando e perdi o fôlego. — ela fala animada. 

— Mãe, pare de fazer isso, não temos mais cinco anos. — Duran resmunga e seguro uma gargalhada.

— Não importa o que digam ou quantos séculos tenham, ainda serão meus bebês. — ela começa a arrumar o cabelo dele. 

— Se sua mãe diz que são os bebês dela, vocês concordam. — meu pai fala se aproximando sorridente. 

— Sim senhor. — afirmo tentando não rir da careta do Duran. 

— Está bem. — ele suspira derrotado. 

— Venha, preciso esfregar na cara da Avery Cahill que meu bebê veio combinando com os irmãos e estão perfeitos. — nossa mãe puxa ele pelo braço e ele nos olha com súplica por ajuda. 

— Me salvem! — ele sussurra. 

— Tchauzinho irmão. — aceno rindo alto vendo a mãe arrastar ele. 

— Você me paga, traidor. — ele sussurra mexendo os lábios para mim me fazendo rir ainda mais.

— Ela adora isso. — meu pai ri alto os vendo ir. — E você como está? — meu pai para de sorrir e me olha. 

— Nervoso, mas tenho o discurso aqui, fui bem preparado e é o meu dever, vou cumpri-lo. — vejo um sorriso de satisfação no rosto do meu pai. 

— Meu garoto. — ele toca no meu ombro orgulhoso. — Nos vemos daqui a pouco no púlpito, se divirta um pouco até depois. — ele fala e se vai para uma banca onde há sangue em copos chiques.

Olho ao redor e vejo o Coy acenar para mim de uma mesa, ele tem duas doses sobre a mesa e sorrio, meu amigo sabe das coisas. 

— Se eu não te conhecesse diria que quer me embebedar para não conseguir discursar. — pego uma dose e a bebo toda de uma vez. 

— Eu? Jamais! — ele bebe do copo dele e gargalha. — Não estou armando algum plano secreto para tomar seu lugar na regência dessa cidade, quê isso! — agora é a minha vez de gargalhar.

Ele está com uma calça jeans preta, sapatos pretos, blusa amarela e jaqueta jeans. Se eu não o conhecesse e nem conhecesse minha mãe diria que é muita coincidência. 

— Minha mãe também te vestiu com a “farda”? — rio e ele assente. 

— Não tem como dizer não para aquela mulher, ela brilha os olhos e faz um bico de outro mundo. Entendo como o Duran ainda faz papel de bebê para ela. — ele ri mais e nos sentamos. 

— O que posso fazer se ela sempre consegue o que quer? — falo em retórica, rio mais e bebemos outra dose. 

Até que a noite está sendo divertida, sem a preocupação dos desaparecimentos, com a diversão que é minha família e amigos, eu sinto que essa noite vai ser uma grande noite, será meu primeiro discurso oficial, mas sinto que algo novo e bom vai surgir, só não sei o que.

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