Hafiz Zafar está aparentemente melhor. Esta com a barba e cabelos cortados. Apesar de frágil e um pouco pálido seus olhos ainda têm vida e esperança que Avaliz trouxe. Ela e Hafiz estão sempre juntos, no quarto, no jardim, na sacada...
-O que está fazendo? Hafiz pergunta olhando Avaliz se cobrindo na cama pequena.
-Aqui é a minha cama. Aqui é a cama para a enfermeira. Avaliz responde e se cobre.
-Não. Você sabe que é mais do que uma enfermeira. Hafiz questiona.
-Tome o seu remédio que está ao seu lado e se cobre. Hoje esta frio.Eu estou aqui. É tão perto. Avaliz explica.
-Por favor! Hoje está frio.Venha! Por favor! Deite-se aqui. Eu estou implorando. Estou com frio. Hafiz continua.
-É só você se cobrir e logo ficará aquecido. Vamos! Pare de se passar por criança mimada. Hafiz é um homem adulto. Qualquer coisa que você sentir é só me chamar. Avaliz fala com voz meiga e doce como se falasse com uma criança.
-Por favor, Avaliz. Eu posso morrer a qualquer momento. Eu sinto medo... Olhe pela janela. O céu está estrelado. Daí de sua cama não dá para você olhar a beleza das estrelas. Por favor! Hafiz implora...
-Está bem... Você me convenceu... Avaliz se levanta puxando a mini camisola para baixo, pega o seu cobertor e se ajeita ao lado de Hafiz Zafar em sua grande cama. Ele a abraça e fala: - Eu Hafiz Zafar dou de presente todas as aquelas estrelas para Avaliz. Gostou?
-Adoro estrelas. Amei o presente Hafiz. Obrigada! Você colheu todas as estrelas do céu só para me presentear? Avaliz fala cobrindo Hafiz com o cobertor.
-Sim. Colhi todas as estrelas para a minha Avaliz... Só a lua e as estrelas do céu seriam as únicas testemunhas daquele beijo que parecia inocente e se transforma num longo e ardente beijo...
-Por favor! Tire a sua calcinha... Eu quero... Eu preciso... Faz nem que seja por piedade... Hafiz implora intercalando beijos e toques nos seios e entre as pernas de Avaliz que já não sabia como agir. Talvez por piedade... Mas não tirou apenas a calcinha, tirou também a camisola e não demorou para estar cavalgando com movimentos lentos que extraia gemidos daquele homem com rosto frágil de criança.
A magia daquele momento com o brilho da lua e as estrelas que invadiam o quarto não os deixou perceberem que a porta do quarto abriu e ambos foram espiados por alguns segundos por um coiote com hábitos noturnos que incluía frieza e tática. Abdul Zafar espiou Avaliz movimentando sobre o corpo do irmão Hafiz Zafar que segurava firme as mãos de Avaliz. Abdul Zafar como um coiote que deixou a sua ‘presa’ para mais tarde fecha a porta devagar e se afasta respirando ódio. Abdul Zafar j**a a estátua do corredor no chão cujo barulho trouxe Avaliz e Hafiz Zafar de volta para o mundo real.
-Meu Deus! Não... Não... Não podia... Desculpa... O que você está pensando de mim... Perdão... É errado... eu... Avaliz foi interrompida com um soluço de choro de Hafiz Zafar. Ela se levanta rápido se vestindo e muito assustada.
-O que está sentindo? Está se sentindo mal? Vou medir a sua pressão. Não podíamos... Hafiz Zafar a puxa de volta para a cama com o rosto coberto de lágrimas e soluços.
-Você não fez por piedade... Não fez como as outras que eu comprava com joias e outros presentes... Eu estou bem. Eu só... Por favor! Deite-se. Eu quero lhe abraçar... Eu preciso lhe abraçar minha Avaliz.
Avaliz deita ao lado de Hafiz Zafar que a abraça forte como se fosse o último abraço.
- Você me deu de presente as estrelas...
Avaliz sussurrou no ouvido de Hafiz que para de chorar e sorri para ela que enxuga as suas lágrimas.
-Eu quero viver... Eu quero viver para colher e lhe dar todas as estrelas do céu. Hafiz fala baixinho.
-Você vai ficar bem... Agora dorme. Avaliz aconchega Hafiz Zafar em seus braços como se aconchega um bebê. Ele adormece e ela se perde em seus pensamentos. Entre o certo e o errado, ético ou não. Até chegar a conclusão que ela foi a culpada por ter transado com Hafiz Zafar o seu paciente. Avaliz se julga culpada por dormir junto com ele mesmo Hafiz estando frágil e doente. Se questiona se deveria ter usado outra roupa a usar a mini camisola e uma minúscula calcinha.
Avaliz também adormece e mais uma vez não percebeu que uma fera selvagem com olhos de ódio entrou devagar no quarto e os observou durante alguns minutos. Abdul Zafar com os seus olhos de coiote ficou parado próximo a cama girando o seu grande anel no dedo com rapidez e cerrando os olhos de tanto ódio. Abaixou a mão como se quisesse tocar o rosto de Avaliz, desistiu e saiu o quarto.
Avaliz acordou cedo colocou o seu roupão e preparou o banho de Hafiz Zafar. Após medicar Hafiz com ternura, telefonou para a cozinha pedindo o café da manhã para eles lembrando que deveria conter frutas e sucos, Levou Hafiz Zafar para o banheiro. Estava abaixada massageando as costas de Hafiz Zafar que apreciava de olhos fechados quando a porta se abriu e lá estava o coiote selvagem.
-Bom dia querido irmão Hafiz Zafar.
Como foi a sua noite? Abdul fala com o irmão sentando-se ao lado da banheira. Ele não falou com Avaliz só desferiu um olhar de fera.
-Bom dia Abdul. Eu estou me sentindo bem. Ajude-me a sair querida Avaliz. Hafiz é auxiliado por Avaliz que o ajuda a levantar-se da banheira e a vestir-se com o roupão.
-Irmão Abdul não falou com Avaliz. Hafiz Zafar questiona a Abdul não cumprimentar Avaliz e ele só a olhava com o seu olhar de coiote enfurecido.
-Peço desculpas a Avaliz. Que descuido o meu. Bom dia Avaliz. Abdul Zafar fala olhando Avaliz como se a condenasse por algo.
-Bom dia. Avaliz respondeu evitando olhar Abdul nos olhos. Havia algo nos olhos de coiote que a assustava naquela manhã.
-Posso acompanha-los no café da manhã? Abdul Zafar pergunta olhando o roupão de Avaliz.
-Sim irmão Abdul. Sabe que é um prazer.
-Eu vou deixa-los um instante e vou até meu quarto para me trocar. Com licença. Avaliz fala já saindo.
-Não demore Avaliz. Por favor! Hafiz Zafar fala sorrindo.
-É só um instante. Podem se servir.
Abdul toma uma xícara de chá de hortelã e logo se levanta apressado.
-Por Alláh! Mil perdões irmão eu preciso ir. Abdul beija a testa do irmão e sai apressado sem dar chance de Hafiz questionar a sua companhia.Assim que Abdul Zafar sai e fecha a porta do quarto de Hafiz ele segue em passos lentos como um coiote a espreita. Abdul Zafar abre cuidadosamente a porta do quarto de Avaliz e entra se dirige rumo ao banheiro e como calculou o coiote encontra sua presa saindo nua do banheiro.
Abdul Zafar para e interrompe o seu hábito de girar o anel no dedo enquanto Avaliz coloca uma das mãos abaixo do umbigo e outra frente aos seios tentando se cobrir e ao mesmo tempo com esperança de que aquele homem com olhos de coiote se retirasse do seu quarto.
-Por favor! Abdul... Me dê um tempo para eu me vestir... E...
O coiote não saiu do seu quarto, ao contrário caminhou em direção a sua presa que estava completamente imóvel. Talvez hipnotizada pelos os olhos de coiote.
Abdul Zafar não estava frágil como o irmão, um homem grande, saudável e viril usando o camisolão árabe ou o thoub, aquele homem árabe era dominador e misterioso. Ele pega devagar as mãos trêmulas e geladas de Avaliz as levantam e as prende contra a parede bem como o corpo nu de Avaliz. Respirando como uma fera com raiva começa a toca-la com a sua boca, toca lábios, seios, umbigo e entre as pernas.
Avaliz queria fugir daquele coiote, escapar de suas garras e até apagar aquele momento. Mas algo misterioso que vinha daquele homem a fez ficar ali inerte e com palpitações. O coiote levanta respirando forte próximo o corpo nu e gélido de Avaliz mordisca os seus lábios devagar enquanto levanta o seu thoub até a cintura. Depois de ‘possuir’ Avaliz como todo animal malvado faz com a sua fêmea Abdul Zafar afasta, ajeita o seu thoub, caminha em direção à saída em silêncio para e de costas fala com Avaliz que continua inerte e gelada encostada a parede para não cair.
-Eu a vi ontem à noite com o meu irmão. Abdul continua a caminhar coloca a mão na maçaneta da porta abre um pouco e completa.
- O seu pagamento está no envelope que eu deixei na cama que era para ser a sua. Ah... Acrescentei ‘um’ extra pelo o que aconteceu aqui.
A porta b**e fazendo um barulho que se misturou ao choro de Avaliz que abaixou ali como uma criança amedrontada e assustada com as mãos no rosto ela chora muito.
Muito ferida, magoada e com vergonha Avaliz se veste e se dirige para o quarto de Hafiz.
Concluiu que deveria tomar cuidado com o coiote, com aquele animal e que estava ali para ajudar Hafiz Zafar.
Ao lembrar-se de Hafiz ela deixa lágrimas escapar nos olhos e pensa: “Não podia ter deixado chegar a esse ponto”. Avaliz abre a porta do quarto de Hafiz e tenta disfarçar que não estava feliz.
-Nossa! Você demorou. Eu quero lhe mostrar alguns lugares aqui em Rabat. Já contratei serviçais para nos levar. Hafiz Zafar fala animado.
-É... Vamos então... Preparar-nos. Eu vou lhe ajudar a vestir e vou pegar medicamentos...
- O que houve? Você chorou? Hafiz Zafar pergunta pegando a mão de Avaliz.
-É... Eu estava falando com a minha tia no Brasil... É só saudade dela. Está tudo bem. Vamos! Avaliz disfarça.
Avaliz e Hafiz estão saindo de carro e ela ao ver a felicidade de Hafiz Zafar esqueceu que foi vítima do coiote e estava a sorrir com Hafiz no banco de trás do carro conduzido por dois serviçais e não viram que Abdul Zafar os observava a espreita, encostado a uma pilastra da sacada.
Avaliz e Hafiz se divertiram e retornaram já anoitecendo. Ela cuidou de Hafiz. Ajudando-o a tomar banho, a se viestir e o colocou na cama. Com muito carinho Avaliz o beija na testa e foi para o seu quarto.
-Eu vou me banhar e me trocar. Eu já volto. Fique bem. Avaliz fala para Hafiz que beija a sua mão com ternura.
Ela sai rumo ao seu quarto pensando:
“Ele é tão diferente de Abdul. Ele tem de conseguir ser transplantado. Deus tem de ajuda-lo”. Avaliz abre a porta de seu quarto e há um ramalhete de flores e um bilhete na sua cama.
Ela lê o bilhete com lágrimas nos olhos.
“Perdão”! Por Alláh! Por tudo que há de mais sagrado. Perdão! Você cuida bem de Hafiz meu querido irmão e eu só teria que ficar agradecido. Eu me arrependo muito. Eu sei que lhe magoei. Perdão! Abdul Zafar.
Avaliz bateu com o ramalhete de flores nos móveis o jogou no chão e pisou no que sobrou dele e em seguida rasgou o bilhete com fúria.
-Maldito! Animal! Maldito!
Voltou para o quarto de Hafiz e tentou deitar-se na cama pequena para a enfermeira.
-Não! Eu não aceito ficar longe de você. Por favor! Eu não vou tentar nada. Não encosto um dedo em você. Mas por favor, deite-se aqui. Eu me sinto bem com o seu calor. Avaliz levanta de sua cama e acomoda-se ao lado de Hafiz Zafar que pega a sua mão e coloca em cima de seu coração.
-Eu vou me curar. Por Alláh! Você se casaria comigo e me daria filhos? Eu gostaria de fazer de você minha mulher e mãe de meus filhos.
-Você vai se curar. Tenha fé e esperança. Vamos conseguir um coração bom para você. Avaliz fala passando a mão nos cabelos de Hafiz.
-Você não respondeu toda minha pergunta. Hafiz questiona.
-Você vai se casar e vai ter muitos filhos. Você merece! Avaliz disfarça.
-Você não se casaria com Hafiz e não daria filhos para Hafiz? Hafiz questiona com tristeza.
-Daria sim. Eu teria o maior prazer em ser a senhora Hafiz e ficar com a barriga bem grande de um filho de Hafiz. Está bem? Agora vamos dormir. O dia foi cansativo.
-Então me abraça. Hafiz Zafar pede e Avaliz atende o seu pedido cobrindo-o.
Dormiram rápido, pois estavam exaustos do passeio e não perceberam o olhar furioso do coiote que sorrateiro adentrou no quarto de Hafiz Zafar.