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Verdades e Injustiças?

Quando ela flutuou até sua casa caiu com toda a força no chão, Ben estava sentado no sofá de seu quarto.

Ele teve todo o tempo pra ver o quarto dela, os móveis eram mais adultos, as cores eram fortes, não tinha mais ursos de pelúcia, e nem fotos sua em nenhum lugar, havia apenas um porta retrato com três fotos, aquela do perfil dela, uma com algumas garotas, que ele só reconheceu a prima, e a outra foto que era a do meio era uma ponte, como se fosse abrindo um caminho.

Olhando pra isso, pra decoração limpa sem enfeites, apenas livros, o porta retrato e um quadro que ele sabia que foi ela que pintou pois tinha assinatura embaixo, não tinha nada mais de garota chata. E porque essa garota não podia ser a sua amiga? Era isso que ele pretendia perguntar.

-Você disse que eu sempre podia entrar em seu quarto pra te esperar. - ele viu a cara de descontentamento.

-Você não acha que os tempos mudaram? - ela sentou na sua frente, ela estava linda em uma roupa de caminhar, mas era outra coisa que a deixava tão interessante. - essa regra agora vai mudar, se precisar falar comigo, vai esperar na sala, como uma outra visita qualquer.

-Eu precisava falar com você, sem você sair correndo...

-Você tem quinze minutos...

- Não acha isso injusto? Você já parou pra pensar que foi você que fez toda essa confusão? -ele a olhou para tomar toda a coragem que precisava- ontem o Léo xingou a gente, mas falou de uma coisa que eu gostaria de compartilhar com você, pra ver se você lembra disso. - ele respirou fundo - você lembra, o quanto a gente gostava ir ao parque? quando éramos crianças, você era tudo que eu precisava, depois quando tínhamos doze anos a gente jogava vídeo game, cartas e pregava peças nos vizinhos...

Ela sorriu por aquelas lembranças, elas estavam perdidas dentro de sua cabeça. Ela lembrou que aos treze anos eles se afastaram a primeira vez, ele foi para o acampamento de meninos, e ela e as meninas passaram semanas na casa da praia de Mia, e foi lá que ela começou a pensar nele de outra forma.

-Eu não era amoroso com você, você era a minha companheira de brincadeiras, quando veio a nossa primeira onda de adolescência, você se transformou do tipo de garota que nenhum cara quer, a grudenta. Eu errei, porque eu só dei pistas, nunca falei com você dessa forma, você era minha melhor amiga, e eu te magoei. Sinto muito, mas você quando descobriu tudo, você simplesmente foi embora.

Ela pensava, pois em partes ele estava certo, mas ainda assim, ela estava quebrada por dentro, e isso não faria bem estar perto dele, ela não podia se consertar com ele próximo, porque as coisas não mudariam se ela não fizesse diferente.

-Me desculpa Ben, por ter feito três anos parecerem dez, pra mim foi isso que pareceu, obrigada por me lembrar algumas coisas, mas eu não vou me desculpar por ir embora, eu precisei, e ainda preciso. Nenhum de vocês faz bem pra mim. Mas obrigada, acredito que podemos conviver bem quando terminar os encontros de nossos pais, ou quando nos esbarramos pelo prédio.

-Você não pode ser a minha melhor amiga?

-Desculpa, não, você tem que se contentar com os amigos que já tem, nesse momento, ao menos por enquanto, podemos ser conhecidos de infância, amigos que ficaram na infância.

-Nesse momento, espero que você consiga ver tudo como eu vejo, e tem mais, as meninas...

-Seus minutos acabaram, Ben....

- Mas elas, estão sofrendo...

-Mia é sua prima, Danny é amiga dela desde o berçário, elas são suas responsabilidades, e eu entendi que eu só entrei nessa relação por sua causa. Agora saia, por favor.

Quando ele saiu, ela resgatou o diário daquele verão.

"As meninas estavam falando hoje de primeiros amores...Mia falou, que é aquele menino que você se sente bem em estar ao lado, que você pode conversar sobre tudo, e que você espera pra ver anciosamente, será que é Ben? o meu primeiro amor?"

Ele entrou em casa, um pouco aliviado, um pouco frustado, ele queria que ela voltasse pra sua vida, apesar dela ter feito muitas coisas de garota boba naqueles anos, ela ainda era a sua parceira pra outras, eles jogavam, faziam deveres juntos, quando seus pais chegavam tarde eles já tavam juntos, ela fazia falta.

Mas ela nem o telefone não quis passar o número pra ele. Então não achava que algo iria mudar assim tão rápido. Mas talvez até o fim das férias ela entendesse, e talvez ela voltasse a ser a sua amiga, e quem sabe o próximo ano voltasse pra eles.

Ele se arrumou e foi pra uma festa dos garotos do basquete, não estava muito afim de ir, mas como os amigos não paravam de mandar mensagem era melhor ir.

E no elevador ele a encontrou novamente, ela o cumprimentou, já era uma evolução, ela estava com uma saia estilo soltinha, tênis branco, um casaquinho preto fechado, o cabelo estava solto, ela havia melhorado muitos os gostos de se vestir, ao o elevador abrir cinco garotas a esperavam, elas estavam muito bem arrumadas, correram até ela, a abraçaram, a beijaram (até um selinho ele viu), em meio a gritinhos e quantas saudades, ele as viu puxar ela pra dentro de um carro.

E assim, ele viu a melhor versão do sorriso dela sair de sua visão. Ele entendia porquê ela não queria falar das garotas agora, elas eram muito amigas, mas sempre foi Ellis que agia com aquela animação ao encontrar, Mia e Danny nunca vieram aos seu encontro daquela forma.

-Você entendeu agora cara? -Leo o estava esperando, e viu toda a cena- ela precisa ficar longe da gente. Ela ficou maravilhosa.

-Qual é cara, vou achar que você nunca gostou dela pra querer que ela não volte pra gente.

-Essas meninas, viajaram seis horas de carro pra buscar ela pra uma festa, que fica a uma hora de carro daqui... quando algum de nós buscou Ellis pra tomar um sorvete? Sou eu que não gosto dela?

Léo e suas verdades destruidoras de lembranças... a verdade é que nem ele nunca a buscou na porta de casa.

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