O medalhão era uma Libélula, eles haviam conversado sobre liberdade, e ela tinha contado que queria fazer uma tatuagem de Libélula pequena no tornozelo. Nick mais uma vez pensava e lembrava de/em cada detalhe, como ele podia lembrar essas pequenas coisas, e fazer serem tão grandes?
Eles foram tomar o sorvete, mas claro que com Nick não era apenas um sorvete, a sorveteria estava toda fechada, haviam lírios, rosas brancas e orquídeas por todo a sorveteria. Havia música, e havia um cheiro gostoso de flores e de doce. Ele a puxou pra mais perto e a beijou demoradamente. -Nick, você sabia que eu não preciso de tudo isso né? -ele a puxou novamente a beijou nas bochechas e deu o sorriso capaz de derreter todo o sorvete da loja, aliás os icebergs inteiros, e as fez perder a respiração e o seu centro gravitacional também. - Você vai ganhar muito mais do que precisa, porque sou eu que preciso provar que me importo, e que você é todo o meu mundo, e o que eu preciso. E assim ele a beijou, e aquele formigamento percorreu todo o seu corpo novamente. Ela podia sentir esses arrepios pra sempre. Com Nick eram conversas profundas sobre livros, sobre filmes, sobre o que ela queria fazer, ou histórias bobas sobre filmes, sobre livros ou se tudo desse errado, mas tudo fazia sentido sempre e nada era cansativo. Ela sabia que tinha sido ela que havia proposto deles serem abertos, sem rótulos e sem títulos até ele retornar da Europa, mas estava começando a sentir a saudade que fazia o coração doer desde agora. Ben acordou como se um caminhão tivesse passado por cima e ainda dado a ré, ele não sabia se era da bebedeira, ou se era por ter sentindo algo que nunca sentiu antes. Ele ficou pensando que era culpa, enquanto pensou em cada passo errado que deu nos últimos três anos, a culpa aumentava. Agora que ele sabia que tinha algo errado, ele tentaria decifrar isso durante a próxima semana, Nick iria embora, ele poderia tentar se aproximar dela, talvez ela até desse o novo número de telefone, ou até voltasse a ser a garota com quem ele havia crescido, mas poderia pelo menos tentar se aproximar dela com cautela, queria fazer as coisas diferentes. Agora que estava se sentindo mais vivo, iria tomar banho e sairia pra correr. Havia dormido um dia inteiro, e precisava esticar as pernas. No entanto, quando saiu a viu com uma mala enorme esperando o elevador. Não era possível que ela fugiria de novo. -Boa tarde Ben, como está? -Você vai a onde? - Vou voltar pra escola. Eu estou muito bem, obrigada por perguntar... -Serio Ellis? Como você pode ser tão egoísta? Agora que não vai ter o riquinho atrás de você pra ficar fingindo ser essa garota estranha o tempo todo, você não poderia crescer e dar uma chance pros seus amigos de verdade te fazerem entender o que aconteceu? Ela o olhou incrédula, parecia que ele havia mudado, mas agora no elevador, ele voltou a ser o garoto mesquinho que só pensa nas suas próprias necessidades, ela quase começou a ser enganado de novo, e ele ainda não a via de verdade. -Serio Ben? Quer saber de uma coisa, não vou fazer nada, porque simplesmente EU NÃO QUERO! - Você está pintando a gente como vilões, mas você já parou pra pensar que talvez só você foi a única vilã de sua vida? Você era cega e não via a realidade, que estava sempre bem na sua frente, apesar de você sempre tirar notas baixas, não ser boa em artes, e nem a mais linda das garotas, você estava no melhor grupo, onde todos tinham inveja só pelo fato de você estar ao nosso lado. E só porquê não saiu como a princesa queria, você deu as costas pra gente... -Por favor, para, você tá fazendo ser mais fácil ainda não querer estar aqui, nunca mais! Eu não quero falar com você, e eu não quero saber de você tão cedo. Ela começou a sair do elevador, estava muito irritada com ele, Ben segurou a sua mala. -Ellis, você sabe que Nick vai ter várias garotas ricas na Europa pra fazer os joguinhos dele, suas amigas super gatas, vão casar ou vão para a cidade grande, e você sempre falou que não queria ir pra longe daqui, para com essa birra e esse teatro de menina descolada, volta pra gente. Eu sei que as meninas vão perdoar esse teatro todo, podemos ... - Não existe nós, não tem teatro, e não sou descolada, ainda não, porque ainda não superei tudo, mas logo vai...Agora para. Adeus. Como ele podia ser esse panaca, e como ela foi obcecada por ele por tanto tempo? Ela pegou a mala da mão dele e saiu irritada do elevador. Ben respirou algumas vezes e a seguiu a distância. As garotas maravilhosas estavam esperando aquela garota normal. Ele estava com raiva, ela estava tão irredutível, ela não dava abertura pra eles, e isso o frustrava, eles não tinham sido tão ruins pra ela, porque ela pensava que eles eram a madrasta e a as irmãs malvadas da Cinderela? Ele teria que roubar o número de telefone dela da mãe, isso era realmente necessário, ele tinha que achar alguma forma de falar com ela e provar que eles eram a melhor escolha, que ela precisava parar de se iludir com roupas e flertes e cair na real. Ellis chorou o caminho todo, ela havia contado pras meninas, elas queriam surrar Ben, a prima dela mandou uma mensagem pra ele em uma rede social o enchendo de lixo e depois bloqueou ele. Ela não chorava por alimentar um amor, e sim por perder o resto de respeito que tinha por ele, por perder as lembranças de infância por uma lembrança triste no elevador. Como ele podia ter acabado com tudo dessa forma. como o garoto que foi seu sonho podia ser o bicho papão de seu pesadelo? Quando elas chegaram na escola Nick havia enviado flores, lanches e livros, em cada livro tinha uma mensagem, era como se ele adivinhasse que ela precisaria disso, e mais uma vez Nick ganhou seu melhor sorriso sem nem estar ali.