— Ordens do senhor Lúcio.— Teodoro respondeu rapidamente como se quisesse mostrar que não era decisão dele.— Desculpe-me, mas não seguirei essa ordem. Aqui é uma escola rodeada de pessoas, é muito mais seguro lá dentro.— O respondi o deixando para trás logo em seguida. Teodoro ainda quis contestar, mas as palavras que ele me direcionou foi como entrar por um ouvido e sair pelo outro.Eu estava agindo como uma completa adolescente e eu sabia disso muito bem, era difícil entender porque estava tão estressada daquela forma. Talvez fosse a gravidez, ela consegue abalar qualquer emocional. Diferente das antigas escolas que o Caleb frequentara aquela os pais eram direcionado a uma sala de espera onde os filhos eram levados para lá separadamente para não causar bagunça, inclusive achei uma excelente ideia, pois os professores conseguiam ter controle e cuidado de para quem entregava as crianças. Enquanto permanecia na sala levemente fria devido o ar-condicionado percebi que alguns pais já e
Contorci meu corpo aproximando de uma das paredes do ambiente escuro. Meu estado era preocupante, meu corpo estava coberto de suor e quanto mais pensava que estava acabando, as dores voltavam com bastante intensidade. Eu me arrependia tanto de não ouvir os pedidos de Lúcio, eu sei que ele me odiaria por saber que coloquei sua filha em perigo. Anne estava encolhida no canto junto a Caleb, ambos estavam quietos mas muito amedrontados. Eu me mantive de pé enquanto caminhava pelo local na tentativa de reduzir a dor tão forte que sentia.Era forte de mais para ficar sentada, eu não conseguia ficar quieta sentindo dores daquela forma. Passei forçar as pernas enquanto suspirava pelo ambiente. Aproximei-me das crianças passando a acariciar os cabelos dos dois.— Vai ficar tudo bem, a gente vai sair daqui.— Tentei tranquiliza-los, mas nem eu mesma acreditava totalmente nas minhas palavras.Perdi a noção do tempo, era difícil saber que horas já eram do dia, ou da noite. O ambiente muito escuro
— Você não está ouvindo?— Carlos questionou.— Se você fizer algo com eles eu mato você Carlos, nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.Mesmo sentindo que estava prestes a apagar, ouvir a voz dele foi tranquilizador. Não consegui raciocinar, senti o impacto do meu corpo contra o chão e em instantes eu apaguei totalmente.///Despertei ao ouvir um barulho muito alto, as crianças gritavam e aquilo me deixou assustada. Ao sentar e me apoiar contra a parede percebi que minhas roupas estavam manchadas, e se o bebê tivesse morrido? Meu coração deu um salto, ele estava acelerado, passei as mãos sobre a barriga me sentindo desesperada ao pensar naquilo. Mais um barulho contra a porta, sentindo a barriga extremamente pesada chamei as crianças.— Caleb, Anne, venham aqui.— Minha voz soou tão baixa que achei que eles não escutariam. Os abracei rapidamente mantendo ambos entre os meus braços.— O que está acontecendo?— Questionei ao ouvir um outro barulho contra a porta.— O papai está
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar
Embora Marie estivesse todos os dias na casa da avó na parte da tarde, ele pouco vinha busca-la, a não ser seu motorista, Teodoro. Talvez fosse azar de Cecília. Ela tinha outro filho, o Carlos. Esse que não era visto, mesmo. Ele era afamosa "ovelha negra" da casa dos ricos e renomados Martins. Carlos vivia aos luxos, em viagens exuberantes e lugares luxuosos. Pobre Cecília. Já a vi ter discussões sérias com Carlos pelo telefone. Carlos superara Lúcio, com toda certeza. Após deixar a mesa pronta para o café da manhã, esperei que dona Cecília viesse tomar café, mas não a encontrei. Alguns minutos mais tarde, ouvi à voz de Cecília vindo do lado da lavanderia. Ela estava conversando com Jorge sobre uma lista de compras a serem feitas no Supermercado do Messias. Ele tinha um supermercado no condomínio o qual dona Cecília morava. Senti-me um pouco tonta. Estava faminta, mas eu tinha que me acostumar àquilo. Voltei à cozinha para beber uma xícara de café. Encontrando Cecília, fiz isso o m
Eu senti um impulso, foi como um susto. Ergui o corpo para frente me fazendo acordar imediatamente. Era aquele famoso susto que nos dizem que estamos crescendo, mas de uma forma mais intensa, eram como espasmos. Ergui meu corpo passando as mãos sobre meus cabelos soltos. Demorei um pouco pra raciocinar, pra entender onde estava. Aos poucos flashes e memórias começaram surgir, e foi devastador lembrar o que tinha acontecido. Minha primeira reação foi levantar da cama com um pulo, mesmo ficando tonta e caindo logo em seguida. Não conseguia e não podia acreditar no que tinha acontecido, não conseguia aceitar que fui testemunha ocular da morte da minha patroa, eu não posso negar, estou com medo. Uma enfermeira abriu a porta e quando percebeu meu estado ela veio correndo em minha direção logo que me viu sentada tentando erguer meu corpo que parecia pesado e fraco. — O que aconteceu? A senhorita está bem?— Ela questionou segurando-me passando meus braços por seu pescoço. Meu estômago do
— Olha garota!— Ele voltou puxar meu braço direito. Seu telefone tocou. Vi ele fazer uma careta e resmungar soltando meu braço pra encarar o visor do chamador. — O que é?— Sua voz saiu grave e séria. Lúcio parecia totalmente sem humor algum. — Eu já disse que não Gabriela. Siga a sua vida e me deixe com os meus problemas, não era isso que você queria? Enquanto ele falava o que parecia ser com sua esposa ou ex-esposa , Eu não entendia ao pé da letra o estado atual dele e a mãe da Marie. Percebi o curto período em que ele deu atenção fixa ao que ouvia no telefone. Aproveitei a oportunidade para finalmente fugir daquela situação, mas Lúcio ao contrário do que eu pensei me puxou novamente pelo pulso me virando contra a parede novamente enquanto praticamente pedia em pensamento que a ligação finalizasse logo. Minhas costas doeram no exato momento em que senti ser presa contra a parede. — Hum!— Resmunguei. Usei a mão esquerda que estava livre para puxar os cabelos que estavam sobre meu
Os dias estavam passando de pressa, já se passara uma semana desde em que fui detida. Eu não tinha notícias de meu filho, muito menos de minha vó, também não tive condições de pagar se quer um advogado. Quanto mais o tempo passava pior se tornava a situação ao meu respeito. Por mais que insistisse que não sou culpada, que falasse por detalhes tudo que aconteceu naquele dia, parecia asneira aos ouvidos dos investigadores e promotores. Eu não imaginava que a situação ficaria tão desesperadora. Minha vó estaria angustiada com tudo aquilo, eu tinha certeza. Eu precisava pensar no que fazer no que falar. Mas era praticamente "ridículo" como o próprio investigador ácido me falara á uns dias atrás. — Isso está ridículo Samira, o tempo tá passando e quanto mais você insiste em negar menos tempo e chance você tem, veja bem... — Ele puxou a cadeira sentando a minha frente. — Você se safaria muito melhor se aceitasse as acusações, seria ré primária, ficha criminal linda e limpa, você conseguir