Os dias seguintes ao ataque foram envoltos em uma névoa de dor e raiva para Valentina. Pedro, Sara, e Marco, seus amigos mais leais, haviam sido brutalmente assassinados por Lorenzo e sua gangue. Valentina, Any, e Victor, sobreviventes da carnificina, estavam escondidos em um novo refúgio que Valentina havia preparado antecipadamente. Mas a perda era insuportável, e a vingança era a única coisa que mantinha Valentina em pé.
Enquanto se recuperavam, Valentina elaborou um plano meticuloso. Ela sabia que enfrentar Lorenzo e seus homens de frente seria suicídio. Precisava ser estratégica, calculada e implacável.
— Precisamos atacar quando menos esperarem — disse Valentina, seu olhar determinado enquanto traçava um mapa na mesa improvisada do novo refúgio.
— Lorenzo acha que nos derrotou. Vamos usar isso a nosso favor.
Any, uma jovem de cabelos curtos e olhar atento, assentiu.
— Tenho alguns contatos que podem nos ajudar a obter informações sobre os movimentos de Lorenzo. Posso sair e tentar descobrir algo.
Victor, um homem musculoso com uma expressão severa, colocou a mão no ombro de Valentina.
— Estamos com você, Val. Vamos fazer esses desgraçados pagarem pelo que fizeram.
Os dias se passaram, e Any conseguiu reunir informações valiosas. Descobriu que Lorenzo e sua gangue estavam escondidos em um antigo hotel abandonado na periferia de Nova York. Valentina passou horas estudando o local, identificando todas as possíveis entradas e saídas, e os pontos fracos na segurança de Lorenzo.
Finalmente, chegou a noite da vingança. O ar estava pesado e carregado de tensão enquanto Valentina, Any, e Victor se preparavam para o ataque. Eles estavam vestidos com roupas escuras, carregando armas e dispositivos improvisados que Valentina havia criado.
— Lembrem-se, precisão e silêncio são essenciais. Vamos entrar e sair rápido, sem deixar rastros — disse Valentina, sua voz firme e fria.
O trio se moveu pelas sombras da cidade, chegando ao hotel abandonado pouco antes da meia-noite. Valentina liderava o caminho, seus movimentos ágeis e silenciosos. Chegaram à entrada traseira do hotel, onde a segurança era mais fraca.
Victor desativou a fechadura eletrônica com um dispositivo que Valentina havia criado. Com um clique suave, a porta se abriu, e eles entraram. O interior do hotel estava escuro e silencioso, exceto pelo som distante de vozes e risos vindos de um dos andares superiores.
— Eles estão relaxados. Acham que estão seguros — sussurrou Any, enquanto seguiam pelo corredor.
Valentina assentiu, seus olhos fixos na direção dos sons. Eles subiram as escadas em silêncio, movendo-se como sombras pelos corredores vazios. Ao se aproximarem do andar onde Lorenzo estava, Valentina fez um sinal para que parassem.
— Aqui é onde começa a diversão — disse ela, com um sorriso frio.
— Victor, bloqueie as saídas. Any, mantenha-se alerta. Vamos fazer isso rápido e silencioso.
Victor plantou explosivos improvisados nas saídas, garantindo que ninguém pudesse escapar. Any ficou de vigia enquanto Valentina se aproximava da sala onde Lorenzo e seus homens estavam reunidos. Ela respirou fundo, seus sentidos em alerta máximo.
Com um chute preciso, Valentina arrombou a porta, surpreendendo Lorenzo e sua gangue. Os homens se levantaram rapidamente, mas antes que pudessem reagir, Valentina já estava em movimento.
— Boa noite, Lorenzo — disse ela, sua voz gelada como o aço.
— Lembra de mim?
Lorenzo, um homem alto e musculoso com um olhar frio, se levantou lentamente, um sorriso cruel surgindo em seus lábios.
— Valentina. Achei que tivesse fugido como uma covarde. Vejo que voltou para terminar o que começamos.
— Não sou eu quem vai terminar aqui — respondeu Valentina, seus olhos brilhando de ódio.
A luta que se seguiu foi brutal e rápida. Valentina se movia com uma precisão letal, derrubando os homens de Lorenzo um por um. Victor e Any entraram em ação, eliminando qualquer resistência restante. Valentina se concentrou em Lorenzo, seus movimentos uma dança de vingança e fúria.
— Isso é por Pedro! — gritou Valentina, desferindo um golpe poderoso no estômago de Lorenzo.
— E isso é por Sara! — ela continuou, seu punho encontrando o rosto dele.
Lorenzo tentou reagir, mas Valentina era implacável. Com um último golpe, ela o derrubou no chão, imobilizando-o.
— E isso é por Marco — disse ela, sua voz baixa e mortal, enquanto pressionava uma lâmina contra a garganta de Lorenzo.
Lorenzo olhou para ela, sangue escorrendo de seus lábios, mas ainda com um sorriso desdenhoso.
— Você acha que me matar vai mudar alguma coisa? — ele cuspiu, sua voz cheia de desdém.
— Há muitos como eu. Você nunca estará segura.
Valentina apertou a lâmina um pouco mais.
— Talvez. Mas hoje, você não verá o nascer do sol.
Com um movimento final, ela cortou a garganta de Lorenzo, encerrando sua ameaça de uma vez por todas. Valentina se levantou, olhando para o corpo do homem que havia destruído sua família.
— Acabou — disse ela, sua voz tremendo com a intensidade do momento.
Any e Victor se aproximaram, observando em silêncio. Eles sabiam que, embora a vingança tivesse sido cumprida, o caminho à frente ainda era cheio de desafios. Mas juntos, poderiam enfrentar qualquer coisa.
— Vamos sair daqui — disse Victor, quebrando o silêncio.
— Precisamos voltar para o refúgio.
Valentina assentiu, sentindo o peso da batalha e da perda, mas também uma nova determinação. Eles haviam vingado seus amigos, e agora era hora de continuar lutando, vivendo, e honrando suas memórias.
O trio deixou o hotel abandonado, desaparecendo nas sombras da noite. Nova York continuava a pulsar ao redor deles, indiferente e sombria. Mas Valentina, Any, e Victor estavam prontos para enfrentar o que viesse, unidos pela dor, pela vingança, e pela promessa de um futuro que construiriam juntos.