Apesar de sempre morar no Rio de Janeiro, eu nunca tinha ido a Niterói.
Damon insistiu em me acompanhar e agora dirigia o carro do pai: um jipe antigo e bem conservado. Ele estava quieto desde a noite anterior e eu sabia que era por causa da notícia que ele tinha recebido.
O comandante tinha ligado avisando que ele seria transferido justamente para Niterói. Era uma boa promoção. Ele seria chefe, ganharia mais, porém aquele era o último lugar que ele queria ir. A Juliete estava morando lá com o marido.
Ele dirigia calado e eu aproveite para observar a vista de cima da ponte Rio-Niterói.
Era um lugar bonito, mas minha mente estava dividida e só pensava em duas coisas: Na Sulamita sozinha em casa e em como encontrar meu irmão.
Respirei fundo e perscrutei o rosto do meu amigo.
— E agora? Se você a encontrar o que vai fazer?
Ele riu nervoso.
— Se eu a encontrar não. Eu vou encontrá-la.
Não gostei do tom dele.
— Como assim? O que vai fazer?
Ele me olhou sério.
— Vou atrás da minha mulher, R