Coração Partido Às 4 Da Manhã
Coração Partido Às 4 Da Manhã
Por: Bagel
Capítulo 1
Assim que desliguei, Scarlett invadiu meu escritório particular sem nem bater na porta.

— Alessia, com quem estava falando no telefone? Parecia um homem.

A provocação da empregada chamou a atenção de outros criados, que começaram a cochichar do lado de fora.

— Rocco saiu furioso por sua causa. É melhor não estar se metendo com outro homem pelas suas costas!

Olhei diretamente para Scarlett.

— Com que direito é tão ousada dentro da mansão Falcone? Espalhar boatos nesta casa tem consequências.

Scarlett apoiou uma mão no quadril e zombou:

— Está dizendo que estou mentindo? Vamos esperar Rocco voltar e ver em quem ele acredita.

Lancei um olhar gélido e virei-me para sair, mas ela agarrou meu pulso.

Aproximou-se do meu ouvido e sussurrou, num tom ameaçador:

— Estou avisando, Alessia. Seja esperta e largue o Rocco. O coração dele é meu agora!

— Se souber o que é melhor para você, sairá de mãos abanando.

— Caso contrário, quando for eu quem te expulsar, não será tão simples assim.

A ousadia dos inúteis nunca deixava de me surpreender.

Como se uma criada manipuladora pudesse fazer algo contra mim.

Quando tentei me soltar e sair, ela se jogou deliberadamente da escada em espiral.

O momento foi perfeito.

Rocco entrou exatamente naquele instante.

Pareceu que eu realmente a havia subestimado.

Um estrondo ecoou, seguido pelo fraco gemido:

— Rocco… me ajuda…

Ele correu até ela sem hesitar e me empurrou com força, fazendo-me tropeçar no topo da escada.

Nem sequer perguntou o que havia acontecido. Simplesmente presumiu que a culpa era minha.

— Alessia, o que você fez? Como pôde ser tão cruel?

Cambaleei e bati contra uma coluna de mármore esculpida. O sangue começou a escorrer de um corte novo na testa.

Segurei a cabeça latejante, sem tempo de me defender, antes que Scarlett começasse seu espetáculo de lágrimas.

— Rocco, a senhora Falcone mandou que eu organizasse os arquivos da família no chão. Fui um pouco lenta e… ela me empurrou!

— Minha barriga dói tanto… será que nosso bebê vai ficar bem?

Ele se ajoelhou ao lado dela, tomado por preocupação, completamente iludido pelo teatro miserável que ela encenava.

Ignorou o sangue escorrendo pela minha testa e a marca vermelha em meu rosto.

— Onde dói? — Perguntou, aflito. — Vou chamar o médico da família agora mesmo.

— Não se preocupe. Nosso bebê vai ficar bem.

Scarlett se aninhou no peito dele, mas seus olhos, voltados para mim, transbordavam deboche.

— A culpa é toda minha. Nem uma tarefa tão simples consigo cumprir direito.

— A senhora Falcone anda tão estressada, trabalhando tanto pela família… eu devia ter sido mais compreensiva.

— Se isso a faz se sentir melhor, um pouco de sofrimento vale a pena. Só me preocupo com o bebê…

— Então, por estar estressada, isso lhe dá o direito de agredir uma mulher grávida?

Rocco se voltou para mim, o olhar carregado de uma frieza decepcionada.

— Alessia, quando se tornou tão cruel?

Toquei a testa ensanguentada enquanto o sangue quente manchava meus dedos.

Em cinco anos de casamento, eu havia cuidado dos negócios legais da família e cuidei da mãe moribunda dele.

Legal ou ilegal, dei meu dinheiro, minha energia, tudo o que tinha.

E, no fim, tudo o que recebi em troca foi ser chamada de cruel.

— Eu não a empurrei. — Disse, controlando a voz e engolindo as lágrimas.

— As câmeras de segurança da escada registraram tudo. Veja as gravações e verá a verdade.

O rosto de Scarlett empalideceu de imediato.

Ela agarrou o terno de Rocco, implorando:

— Rocco, eu já perdoei a senhora Falcone. Vamos esquecer isso.

— Foi algo tão pequeno, não há necessidade de ver as câmeras. Se a imprensa souber, seria péssimo para a família…

Rocco se levantou devagar, olhando para mim de cima.

— Alessia, não me importa o que as gravações mostrem. Eu vi o que você fez. Peça desculpas à Scarlett. Agora.

Eu ri, uma risada amarga.

Ele viu com os próprios olhos?

Mentiroso.

Eu sabia que ele não me defenderia, mas ainda assim doía ouvir aquelas palavras.

— Rocco… vai mesmo distorcer a verdade assim?

— Eu sei exatamente quem está mentindo. Scarlett é gentil e indefesa. Jamais teria coragem de te incriminar, a senhora desta casa.

— Você, por outro lado… seu desprezo por ela nunca foi segredo.

Olhei para o homem que amei por oito anos, com quem vivi cinco, e agora ele me parecia um completo estranho.

Mas já não importava. Eu estava pronta para partir.

Tudo bem. Eu cederia. Já não tinha forças para lutar.

— Desculpe.

Ao ouvir minha rápida desculpa, Rocco hesitou por um instante, um lampejo de algo mais suave passou em seu olhar.

Mas Scarlett puxou sua manga, chorosa:

— Rocco, ainda dói tanto… pode me ajudar a subir para o quarto?

O momento de dúvida dele sumiu.

Ele a ajudou com delicadeza e a levou nos braços, deixando-me ali.

Fiquei encostada na coluna de mármore frio por muito tempo, até que o sangue na minha testa secou e virou uma crosta escura.

Três horas depois, recebi uma mensagem:

[Sra. Falcone, cinco milhões de dólares foram transferidos da sua conta pelo Sr. Falcone.]
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