“Magda Zapata”Eu pensei que a minha estadia na casa da inútil da minha enteada seriam férias divertidas, mas isso aqui é um verdadeiro antro de loucos! O que passa na cabeça de uma mulher que decide ter seis filhos? Eu tive o Enrico só porque foi um acidente de percurso, mas eu não pretendia ter nenhum. Não que eu não amasse o meu filho, pelo contrário, eu o amava muito, mas ele atrapalhou minha vida muitas vezes.Agora eu estou aqui, no meio desse bando de desajustado fazendo torradas e com um marmanjo maior do que eu me chamando de tia. Isso era um completo desastre. E para piorar ainda mais, o casamento da Abigail era de verdade mesmo, toda aquela atividade dela com o marido madrugada adentro não deixava dúvida de que eles estavam cumprindo os requisitos de um casamento.Mas eu precisava me mexer, começar a agir para separar o casalzinho terror da madrugada logo. A Abigail não poderia ficar casada por um ano inteiro. Aquela fortuna era minha, fui eu quem suportou aquele velho, eu
“Letícia”Foi muita maldade da Camila não me avisar que eles iam para um bar ontem, eu poderia ter aparecido por lá e agarrado o Martim. Mas, pelo menos aquela ridícula da Maria Luiza iria nos ajudar. Eu não gostava daquela mulher, nunca gostei, uma cara de sonsa, com aquele jeitinho fingido, só lixando as unhas e preparando o bote. Mas, era melhor que ela fosse minha aliada.Avisei aquela sonsa que eu estava indo. Ela disse que quando eu chegasse, que esperasse ela sair da recepção e aí eu entrasse. E foi o que eu fiz. Assim que cheguei avisei a ela e quando ela saiu da recepção eu entrei e fui direto para a sala do Martim.- Ah, mas eu não mereço! Sai daqui, Letícia, ou eu chamo a segurança. – O Martim reclamou quando eu entrei em sua sala, mas eu não liguei, ele ia parar de reclamar rapidinho.- Você não vai chamar a segurança, Martim. – Eu me apressei e puxei o fio do telefone.- Para com isso, Letícia! – Ele se levantou e eu aproveitei para me pendurar em seu pescoço.- Martim, p
“Abigail Zapata Monterrey”Por incrível que pareça, eu me senti de alma lavada por poder dar uma lição naquela galinha da Letícia. Eu não gostava de brigar, detestava escândalos, mas não aceitava ser feita de idiota. Eu voltei para dentro do escritório e parei em frente a Maria Luiza na recepção. Curiosamente já não tinha ninguém mais ali assistindo o show, só a Maria Luiza, o pateta do Emiliano e a besta do Martim.- Escuta bem, Marilú, não pensa que eu não sei que tem dedo seu nisso, porque eu sei que tem. – Eu comecei a falar, ela me olhava com os olhos estatelados.- Ma-mas... – Ela tentou falar, mas eu não deixei.- Caladinha! É só pra você escutar, então presta atenção! Da próxima vez que eu pelo menos sonhar que você está armando pra mim, o que eu fiz com aquela galinha vai ser pouco perto do que eu vou fazer com você. Entendeu, jararaca de unha postiça? – Eu a encarei e ela balançou a cabeça.Eu passei pelo Emiliano e pelo Martim que me olhavam não sei se chocados ou divertido
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu
“Martim Monterrey”Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas
“Martim Monterrey”Depois que saímos da casa da Mônica eu decidi ir para o meu apartamento e pedi ao Emiliano que me deixasse sozinho. Ele relutou, mas recebeu a ligação de uma amiga que estava na cidade e precisou ir encontrá-la.- Eu vou te mandar o nome do restaurante onde vou estar, se você mudar de idéia, me encontra lá. – O Emiliano insistiu antes de sair.- Não se preocupe, meu amigo, eu vou ficar bem! – Tentei manter a calma para que ele não se preocupasse, pois ele era bem capaz de mandar a amiga vir para o apartamento e me incluir nesse jantar, só para não me deixar sozinho.Depois que ele saiu, eu olhei em volta e comecei a ficar agitado novamente. Esse apartamento seria onde eu iria morar com a minha esposa, a noiva fujona. Eu tinha um ótimo apartamento não muito longe dali, mas como me casaria e depois da lua de mel moraria nesse, eu havia esvaziado o meu antigo apartamento e entregado as chaves para o corretor no dia anterior.Mas olhando agora, eu não gostava desse luga
“Abigail Zapata”Estava tudo correndo tão perfeitamente bem! Até eu encontrar aquela besta no saguão do hotel. O que eu ia fazer? Aquele brutamontes arruinou o meu vestido e meu celular estava quebrado. Eu precisava de um celular novo e precisava de um banho. Eu estava prontinha para ir para o meu compromisso, comprei esse vestido especialmente para isso e agora ele estava destruído.- O que eu faço agora? – Eu olhava para o funcionário do hotel e estava quase chorando.- Senhorita, tem uma loja de celulares aqui perto, posso mandar o seu aparelho para o conserto, mas não deve ficar pronto hoje. Quanto ao vestido, podemos entregá-lo amanhã. Eu lamento por não conseguir ser mais rápido. – O funcionário me olhava até constrangido.- Tudo bem. – Suspirei. Não tinha jeito, eu teria que improvisar. – Eu não posso ficar sem o celular, você acha que eles podem trazer um novo aqui pra mim?- Com certeza, eu conheço o gerente de lá. Vou ligar imediatamente para ele. – O funcionário era prestat
“Martim Monterrey”Já havia se passado um mês desde que a Alice me deixou plantado no altar e desde então eu me tornei outra pessoa. Eu não vejo graça em mais nada, me tornei impaciente e irritado. Não confio mais nas pessoas, apenas na minha família e no meu amigo Emiliano. Mas, principalmente, eu agora não era mais o mesmo em relação às mulheres, eu apenas as usava para o meu prazer, mas nenhuma, nunca mais, teria o meu coração ou a minha gentileza, nunca mais! Eu fui traído de muitas maneiras, fui apunhalado pelas costas e esse tipo de coisa muda as pessoas. E me mudou!Pelo menos eu já tinha vendido aquele apartamento que eu odiava. Uma detestável cobertura triplex no prédio mais nobre da cidade que eu só comprei porque era o que a minha ex noiva queria. Eu não poderia morar lá, tanto porque eu achava o lugar horrível, quanto porque era o lugar onde eu moraria depois de me casar. Mas eu não me casei, então me livrei do apartamento. Passei uma semana no hotel, o mesmo hotel onde eu