— Muito bem, agora vamos conversar como adultos, Esther — ela me entrega o copo e confirma com a cabeça.
Em nenhum momento ela me olha, fica o tempo todo de cabeça baixa e encolhida no sofá. Eu me sento na poltrona de frente pra ela.
— Então, quando isso aconteceu? — Ela abraça a barriga e esse movimento de proteção me tira um pouco o ar.
— Foi aquela vez que eu dormi aqui com você, na volta do show — fala tão baixo que é quase um sussurro.
— Quando você descobriu?
— Depois do acidente com a lancha. Eu fiz os exames de sangue e o médico disse que eu estava grávida de uma semana.
Eu me lembro que naquele dia quando voltei para o quarto, ela estava apavorada e chorando muito, ela repetia que não fez de propósito. Então era isso, era a gravidez.
— Por que você não me disse aquele dia, se o filho é realmente meu? — Ela deu um suspiro profundo.
— Eu estava com medo de você me culpar, eu fiquei com muito medo de você me odiar e... — dou uma risada de escárnio.
— Quer dizer que você t