~ MAITÊ ~
O endereço que Christian tinha me dado levava a um bairro simples na zona leste de São Paulo. Casas modestas enfileiradas ao longo de ruas arborizadas. O tipo de lugar onde as pessoas ainda se conheciam pelo nome, onde crianças brincavam nas calçadas até o sol se pôr, onde vizinhos conversavam por cima dos muros baixos sobre futebol e o preço do gás.
Era um mundo completamente diferente do meu. E ainda mais distante do mundo de Dominic.
Estacionei o carro em frente ao número 247 e desliguei o motor, mas não saí imediatamente. Fiquei ali sentada, as mãos ainda no volante, olhando para a casa através do para-brisa.
Era pequena. Dois andares. Pintura creme recente, mas já começando a descascar em alguns cantos. Um jardim da frente cuidado com amor, mesmo que simples - algumas roseiras, um canteiro de temperos, pedrinhas brancas delimitando os caminhos. Uma bicicleta infantil rosa e roxa encostada na varanda, a cestinha da frente cheia de giz de cera.
Uma casa. Um lar. Construíd