A iluminação do hospital era implacável, aquele branco azulado que parecia extrair toda a vida e cor das pessoas. Caminhei pelo corredor estéril, carregando uma pequena sacola térmica com um sanduíche cuidadosamente embrulhado e uma garrafa térmica que pesava na minha mão.
As horas que se seguiram à partida da ambulância haviam sido um borrão. Depois do choque inicial, minha mente entrou em modo automático. Liguei para a recepção do hospital, consegui confirmar que Giuseppe havia sido internado, e decidi que ficar na mansão sozinha, remoendo pensamentos, não ajudaria ninguém.
Encontrei Christian exatamente onde a recepcionista havia indicado - na sala de espera do setor de cardiologia. Sentado sozinho em uma das cadeiras de plástico, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos enterradas nos cabelos que agora estavam completamente desalinhados. Seu terno impecável estava amarrotado, a gravata ausente, os primeiros botões da camisa abertos.
Ele parecia tão... humano.
Aproximei-me silenc