NATÁLIA
Eu me sentia... Calma. Estranho!
Eu deveria estar furiosa, pronta para me transformar em algum maldito dragão e sugar a vida da mulher que afirmava ser minha amiga, mas que me traiu por tantos anos em segredo.
Mas meus pés se recusavam a se mover. Minhas emoções enganavam minha mente, me compelindo a ficar ao lado da parede de vidro e encarar a casa do Beta.
A maldita chuva decidiu que era o melhor momento para borrar o mundo e criar um barulho alto o suficiente para afogar todos os meus pensamentos inexistentes.
— Ela dormiu com alguém para pagar pela poção? — Um sussurro fantasma escapou dos meus lábios.
Era tão... Inacreditável para mim.
— Zero confirmou. Ele a seguiu por um tempo. — Ricardo respondeu.
— O companheiro dela?
O companheiro dela a pegou se prostituindo. Pode ficar pior?
A mesma calma reinava em minha mente e mantinha meus olhos grudados na vista.
— Isso é algum tipo de calma antes do... Fogo? — Ricardo perguntou, parado no canto, com as costas contra