ANA
— Você acha que eles ficarão bem agora? — Eu perguntei a Zero, que caminhava à minha frente.
Ele não respondeu e continuou a andar em direção à casa da alcateia, que já estava próxima. Eu não entendia por que precisávamos andar por todo lado. Minhas pernas doíam. Poderíamos ter pegado um carro. Mas ele claramente não gostava dessa ideia.
— Zero. — Eu corri para alcançar ele antes de olhar para seu perfil.
Seu cabelo preto acinzentado estava bagunçado, caindo sobre a testa e cobrindo metade de seus olhos fundos. Respirei fundo para não deixar a irritação transparecer em meu rosto.
Em primeiro lugar, eu estranhamente queria empurrar o cabelo dele para trás, o que era péssimo.
Em segundo lugar, eu odiava o fato de ele às vezes não me responder, o que era ainda mais ruim.
— Ricardo e Natália ficarão bem mesmo sem nossa ajuda. — Ele respondeu quando entramos na entrada.
Eu murmurei, caindo para trás e olhando para os meus pés. Eu parecia uma mendiga enquanto ele parecia um gato