RUBY PORTMAN
A manhã, apesar de gélida, parecia abraçar-me com uma calmaria incomum. A decisão que pesava nos meus pensamentos não me assaltara impulsivamente; estava ali, latente, após uma noite insone e reflexões bem mais profundas do que eu imaginava. Despertar antes do habitual foi surpreendentemente fácil, assim como chamar um táxi ainda sob a influência do crepúsculo matutino.
Quando cheguei finalmente a empresa, Katherine, de semblante sempre impecável, arqueou as sobrancelhas ao me avistar na entrada do arranha-céu. O meu sorriso, suave e controlado, foi destinado a ela, acompanhado de um cumprimento silencioso, não é difícil imaginar que a sua surpresa se deva ao facto de eu estar de volta, seja para pegar as minhas coisas ou permanecer na empresa.
Isso faz-me questionar quem mais saberia dos surtos do Harry além do Nicklaus.
Atravessei as portas de vidro, cada passo ecoando uma decisão que ainda se desenhava no horizonte incerto.
O elevador vazio, um fiel companheiro de roti