Centurion- Escrito a golpes de navalha
Centurion- Escrito a golpes de navalha
Por: Gilberto Henrique
Capítulo 1: Centro Desmoralizado (parte 1)

Já faz uma semana desde a morte de Irgvor, não há outra notícia se não a sua morte e a ausência no senado, as ruas de pedras estavam cheias de pessoas de fora e palanques com clérigos e bardos cantando e bem dizendo sobre aqueles que pagaram ou que lhes eram convenientes. Minha mãe já velha, olhava pela janela com seriedade e pesar que fazia seu rosto se tornar duro,  sendo ela a muitos anos atrás uma membra respeitada do parlamento de Vóreia Ámna antes de se aposentar e vir a capital.

Após se afastar da janela se virava a fechando e dizendo com certo desdém 

--mesmo sendo um pouco cruel de minha parte, meu filho, esta é uma chance pequena que pode ter para se tornar algo tão grande quanto sua bisavó foi nas épocas das guerras dracônicas.--

 Ela me olhava tocando em meu braço enquanto eu apenas notava os papéis daqueles que pretendiam se tornar senadores, vendo tanto suas qualidades quanto seus defeitos sendo um pior que o outro. 

-- Entendo mãe, mas devo deixar isso de lado por enquanto. Não tenho muitos apoiadores e vários vão querer me matar caso eu tente entrar nesse ramo de forma tão imatura--

 Eu me levantava e tocava na cabeça dela 

--mas não se preocupe, tenho certeza de que no futuro posso chegar a algo semelhante. Bom, agora devo ir a uma reunião de negócios com um dos Rattans.--

Abraçava-a e pegava meu manto e meu gládio já andando para os andares abaixo em direção da feira central, saia de casa e começava a andar pelas estradas de pedra da capital. Enquanto passava em meio da multidão, meretrizes Medusas cantavam em cima de palanques de apoio enquanto no meio daquele povo, goblins passavam e gritavam as palavras do 3° Imperador Casius Torus IV 

--Estão abertas as vagas para o festival dos deuses! Bardos e guerreiros essa é sua chance de alcançarem a glória e serem aclamados!!!! Os vencedores ganharam 500 peças de Ouros e tamanha fama que jamais sonharam-- 

Olhava para eles enquanto saia do meio da multidão entrando pelos becos do bairro de Soldin como um atalho, estava sujo e com pessoas famintas... ex escravos, refugiados e mendigos que se escondiam entre tábuas de madeira e lixo. Era algo nojento e depressível de se ver mas dava pena deles, finjo derrubar algumas moedas de cobre de minha mão e como cães, eles pularam nas pequenas peças e olhava-os com desdém e logo passava por aquele beco escuro. Ao fim do caminho dei de cara com alguns meios Orcs que vigiavam o lugar.

Mercenários armados com machados de guerra, tacapes e algumas bestas leves desgastadas, um deles ia à minha frente e me parava.

--parado! oque faz por aqui hobgoblin?-- 

o portador do tacape me pergunta com a arma em ombros 

--estou de passagem, usei deste lugar para não ser roubado por goblins.-- 

eles olhavam para mim com certa desconfiança e eu joguei a eles 6 moedas de prata 

--tomem isso, agradecimento por não deixarem esse caminho se encher de gatunos e prostitutas-- 

Eles sorriam e davam um tapa na minha bracadeira como se fosse um amigo próximo. 

--mas é claro patrão! Pode passar, se tiver algum problema com algum cara de oni, pode nos avisar que esmagamos para você!-- 

Os mesmo riam enquanto passava por eles fazendo um sinal de despedida. Um deles, de bom grado, me acompanhou por todo o percurso até o outro lado do beco. Em poucos minutos chegava a grande feira, naquele dia havia sido enviado uma nova remessa de escravos. Muitos desses capturados entre os refugiados das tribos sulistas foram afugentados pelas hordas Daémis. 

Suas peles queimadas de sol e sua elevada altura eram grandes características, entanto havia alguns supostos azarados no meio, fui caminhando pelo lugar enquanto olhava os produtos a venda nas barracas olhei para uma pera rosada e a comprei de um elfo de cobre, era saborosa e crocante só que era muito doce para um furto. Continuava me movendo até chegar a "Toca do Coruja", uma taberna famosa por suas bebidas e pela sua estrutura um tanto peculiar. Eu entrava lá dentro já observando todos

a procura de meu comerciante, que se encontrava ao fundo da taberna, ele me olhava fazendo um sinal com as mãos enquanto eu ia na direção dele.

--demorei muito?-- 

eu perguntava 

--Não... chegou mais cedo na verdade.--

Me sentava puxando a cadeira de madeira enquanto ele tirava parte do turbante que escondia sua boca. Ele comia um pedaço de queijo e dizia 

-Bom, vamos aos negócios. Eu sei que você possui relações amistosas com alguns membros dos executivos, eu estive pensando em vender alguns itens que possam facilitar certas obras que vos fazem, como construções, estradas, aquedutos...- 

Olhava para ele e mordia a pera com uma cara reflexiva.

-tipo?-

 Ele mostrava alguns papiros com anotações em rúnico e Rattanico, mostrando desenhos de tecnologias anãs.

-isso são itens de construção anas, muitos deles facilitaram a criação de dezenas de estruturas assim diminuindo os gastos do império com mão de obra inútil- 

olhava de forma precisa vendo aquelas "bugigangas".

-Mas não seria caro usar algo que só existe na federação rúnica?- 

ele olhava por um tempo em minha face e dizia em tom de confiança

-não se preocupa. Trazer até aqui é fá....-

na hora que era dita a palavra o mesmo era interrompido pelo bater da porta e a entrada de dois Orcs da legião. O Rattan guardavam suas plantas enquanto sorrateiramente saia de perto da mesa, os dois marcharam por toda a taberna me olhando 

--senhor Magne Mauricius, o 2° Imperador, Gurvo Gobrius, quer vossa presença.--

Eu falava na tentativa de amenizar o clima 

--vejo que é para este momento, não?-- 

Eles se olharam por um instante e me fitavam novamente com bastante seriedade, eu me levantava já saindo da taberna com eles e deixando umas moedas de prata na mesa como sinal de aviso para o rattan que voltaria em breve.

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