Respire. Apenas respire.
Respiro fundo e aceito o jornal que o comissário me oferece, tentando ocupar a mente. As palavras dançam na minha frente, mas nenhuma delas me prende. Viro uma página atrás da outra, até que uma matéria sobre a morte de Zein surge diante de mim.
Uma onda de desgosto me invade, e empurro o jornal para longe. As imagens de Zein, sempre sorridente, exibindo seus carros esportivos com aquele ar de invencibilidade, invadem minha mente sem permissão. A dor é aguda, não pela perda em si, mas por tudo que ficou entre nós — as palavras não ditas, as mágoas não resolvidas.
Eu e Zein nunca fomos unidos. Nossa relação era... conturbada, para dizer o mínimo. Desde crianças, havia uma tensão constante, como se estivéssemos em lados opostos de uma batalha invisível. Zein sempre se comportou como o centro do universo, e nosso pai, junto com minha madrasta, reforçava essa ideia a cada oportunidade.
Ele era o "bom filho" — a fachada perfeita de obediência e carisma. Mas eu conhecia a verdade por trás d