Catarina é filha do chefe da máfia italiana, e sua vida sempre foi preservada para que não se envolvesse na vida obscura que sua família leva. Até que o destino faz ela conhecer Dante, um mafioso que trabalha para seu pai e vive a tradição da vida que escolheu. No momento em que seus olhos se cruzaram, algo mudou na vida dos dois, vidas que se entrelaçaram e jamais se soltariam. Mas o relacionamento não tem nada de fácil, muitos obstáculos apareceram. E cabe questionar, Dante aceitará os riscos de se envolver com a filha da máfia? O destino é eles ficarem juntos?
Leer másCatarina Marchetti
Trimmmm-trimmmmMeu Deus, quem está ligando uma hora dessas?! Abro os olhos preguiçosamente e olho para o celular onde está escrito na tela o nome da minha nonna, Maria, mas estou tão cansada que desligo o celular e volto a dormir. Posso falar com ela depois. Depois de finalmente conseguir descansar, levanto e vou tomar um banho quente para relaxar e tirar toda a maquiagem da noite anterior. Sinto meu estômago reclamar de fome e desço para tomar café e encontro minha mãe séria sentada à mesa, assoprando uma xícara de chá, ainda de pijama, vejo que ela está com os olhos vermelhos e uma expressão triste.— Bom dia mãe, o que aconteceu?— Catarina, sente aqui minha filha, precisamos conversar — olho para ela, e me preocupo com seu tom de voz, mas a obedeço e sento de frente para ela — Seu pai me ligou agora a pouco, infelizmente sua nonna faleceu, meu amor.Nesse momento, meus olhos se enchem de lágrimas e só consigo olhar para minha mãe, que se levanta e me abraça.Minha nonna era a única vó que eu tinha, era carinhosa e mesmo morando em outro país sempre me ligava, e me pedia para ir visitá-la com mais frequência. Mas a Itália era muito longe do Brasil, eu ia todas as férias de julho e passava uma semana com ela e meu nonno. Eles faziam parte da chefia da máfia italiana, mas nunca consegui ver esse lado deles, por que quando eu ia só conseguia ver dois velhinhos apaixonados e que me mimavam o tempo todo.E então na hora imaginei como meu nonno estaria triste e meu pai também.— Mãe, eu preciso ir para lá, meu pai vai precisar de mim agora — supliquei, sabendo que ela não gostava da ideia de eu ir.— Minha filha, não tem mais o que fazer, sua nonna já se foi.— Ela me ligou hoje cedo e eu não a atendi, me deixe ir e ver meu nonno, daqui a pouco ele não estará mais aqui, e eu quero aproveitar o tempo que me resta. — minha mãe enfim concordou. Meu nonno foi chefe da máfia italiana a anos atrás, mas durante um tiroteio ele ficou entre a vida e a morte e acabou ficando com muitas sequelas, passando o posto de chefe para o meu pai.…No caminho para o aeroporto, minha mãe não parava de falar me alertando sobre os cuidados durante a viagem, era minha primeira viagem internacional sozinha. Todo ano minha mãe me levava para a casa dos meus nonnos, mas agora que já tinha completado 18 anos eu pude ir desacompanhada.— Mãe, pode ficar tranquila, eu sei me virar, e qualquer coisa eu te ligo. — falei isso para acalma-lá, e olhando para seus grandes olhos verdes, percebi que não tinha feito efeito.— Tudo bem meu amor, eu sei que vai dar tudo certo. Mas por favor, fique na casa do seu nonno, faça companhia para ele, e volte em segurança.A beijei e fui em direção ao avião.Nunca entendi muito bem o por que da minha mãe se preocupar tanto com a minha segurança, mesmo sendo filha de Dom Nero, eu não convivo com a máfia italiana. Sou uma filha ilegítima, e por isso moro com minha mãe no Brasil, e quase não vejo meu pai.A viagem durou longas horas, e nesse tempo eu só imaginava como deve estar o clima na minha família.Descendo do avião, de longe vejo minha tia Gia acenando. Ela é baixinha, pequenininha com longos cabelos pretos e não aparenta nenhum pouco seus 38 anos. É minha tia favorita, sua energia é demais e as vezes parece mais uma melhor amiga do que irmã do meu pai. Ela está cercada de seguranças, mas quando chego perto ela sai correndo para me abraçar.— CATARINA! Que saudades de você, bambina! — falou, me enchendo de beijos.— Tia! Até que enfim, estava ansiosa para te ver! — e logo lembrei do motivo da minha viagem — Meus sentimentos pela nonna, como você e a família estão?Na hora seu semblante mudou, parece que havia esquecido por um momento por que eu estava ali.— Ah bambina, está tudo um caos! A morte da mama foi muito inesperada né, e agora todos estamos preocupados com o teu nonno. Ela cuidava tão bem dele, ele vai sofrer muito sem ela por perto. — dava para ver a tristeza nós seus olhos, até que ela pensou mais um pouco e seus olhos pareciam sair faíscas de raiva. — Fora isso, tem meus irmãos que faltam agora se matar para decidir as coisas. Ninguém coopera, e seu pai está tão atarefado com as coisas da máfia e as coisas do funeral que não teve tempo para botar ordem em casa.Eu imagino como deve estar. Aqui na minha família meus tios nunca se deram bem, quem sempre colocou as coisas em ordem foi meu pai. Por isso, mesmo ele sendo o filho mais novo, conquistou o posto de Dom, que deveria ser do mais velho.Entramos no carro, e fomos em direção a fazenda dos meus nonnos. Entrando no terreno, eu observava aqueles gigantes muros de pedra que rodeavam a propriedade, e os longos jardins gramados e floridos que levavam até a famosa sede da família Marchetti, uma casa enorme branca, com uma varanda que dava a volta na casa e dava um ar aconchegante se não fosse pelas dezenas de homens armados fazendo a segurança.Quando cheguei na casa vi que ela estava cheia, com muitos homens arrumados de terno e caras fechadas. Todos conversando baixo, parece que resolvendo muitas coisas que não eram do meu interesse.— NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA! NINGUÉM VAI TIRAR O PAI DA CASA DELE! — ouvi meu pai gritando da cozinha, fui até lá assustada e me deparei com muitos homens em volta dele, alguns conhecidos e outros que nunca vi na vida, todos armados e exaltados .Quando entrei, todos os olhos se voltaram pra mim, e então percebi que estava destoando de todos. Enquanto todos pareciam arrumados e poderosos, eu parecia uma turista inocente e perdida, de vestido rodado e rosa e sapatilhas combinando. Finalmente me caiu a ficha da família que tenho e como não a conheço direito.Sem graça, olhei em volta assentindo em cumprimento. Até que um olhar me prendeu, e tudo parece que aconteceu em câmera lenta, era como se o destino tivesse me colocado ali para aqueles olhos. No canto da cozinha, sentado em cima do balcão, com uma arma na mão e a um copo de whisk na outra, havia um homem moreno, com barba e um olhar profundo. Sentado apoiando os cotovelos no joelho, ele me encarava, e parecia que seu olhar estava me despindo. Senti meu rosto corar, e constrangida, o cumprimentei.Catarina MarchettiEu estava imersa na agitação do restaurante, servindo mesas e coordenando a equipe, quando meu pai adentrou o estabelecimento. Nossos olhares se cruzaram e, com um gesto sutil, ele me chamou para um canto.— Filha, amanhã o restaurante será dedetizado, e eu preciso que você vá até a casa de apostas entregar as chaves para o Dante depois de fechar aqui. Ele ficará responsável por abrir e acompanhar o serviço. — ele me explicou, com uma expressão séria.Eu, surpresa com a responsabilidade inesperada, assenti, tentando esconder a tensão que começava a se acumular. Eu mal via Dante ultimamente, e as poucas interações que tínhamos eram curtas e formais. Enquanto caminhava em direção à casa de apostas, os pensamentos tumultuavam na minha mente. Havia uma lacuna desconfortável entre eu e Dante, uma distância que crescia a cada dia.Ao chegar à casa de apostas, percebi que está fechada. Rapidamente, tirei o celular da bolsa e mandei uma mensagem para Dante, informando que e
Parte 2Catarina Marchetti Enquanto carregava as caixas, senti o peso físico e emocional da mudança iminente. Alexandre estava se mudando para o meu apartamento, um passo significativo na nossa jornada juntos. Eu olhava para ele com gratidão enquanto ele se esforçava para agradar o meu pai, mesmo percebendo a tensão entre os dois.A relação com Alexandre havia se aprofundado, e ele se tornara mais do que apenas um parceiro romântico; ele era um apoio constante. Ele já havia conhecido a minha família, enfrentando a desaprovação do meu pai, mas sempre demonstrando um caráter admirável. Eu sabia que estava com alguém especial.Enquanto nós organizavamos o novo espaço que compartilhariam, a ausência de Dante ecoava. Não havia notícias dele há mais de seis meses, desde aquela despedida dolorosa na casa da tia Gia. Eu me pegava pensando nele às vezes, mas a presença calorosa de Alexandre me fazia afastar tais pensamentos.A vida tinha mudado desde que Alexandre apareceu. Eu não frequentava
Catarina MarchettiEstou deitada com Alexandre no sofá, imersos na atmosfera aconchegante de um filme. A luz suave do ambiente destaca a cumplicidade entre nós, culminando em beijos delicados. Eu estava nos céus, puxando seu pescoço para mais perto até que senti sua mão descendo pelo meu corpo, passando pela minhas costas, coxa até a barra da minha saia e de repente ele para. Com calma ele sobe o caminho de volta, mas por baixo da saia, até chegar à minha bunda, segurando-a firme junto a ele.Entretanto, a tranquilidade é abruptamente interrompida quando noto alguém à porta da sala. Meu coração acelera com o susto, mas Alexandre parece não se incomodar, mantendo-se entregue aos gestos carinhosos. A pessoa avança na nossa direção com um olhar intenso, criando uma tensão no ar que eu tento decifrar, enquanto Alexandre permanece envolvido no momento, alheio à presença inesperada.Desprendi a mão da nuca de Alexandre aí notar que a pessoa era Dante, prevendo uma briga eu tento afastar Al
Dante BaldiniApertei os punhos, minha mente fervilhando de raiva enquanto imaginava o que poderia estar acontecendo dentro do apartamento de Catarina com Alexandre. A cada segundo, minha imaginação pintava quadros sombrios que aumentavam a intensidade de minha irritação.Sem conseguir conter a fúria, bati na porta com força, quase fazendo-a tremer. Catarina, visivelmente irritada, abriu a porta com uma expressão de incredulidade.— O que diabos você está fazendo aqui, Dante? — ela esbravejou.— Eu sei muito bem o que está acontecendo aqui. Não vou permitir que esse cara se aproveite de você. — Você não tem o direito de se intrometer na minha vida, Dante. Isso é ridículo! Deixe-nos em paz. — ela bufou, cruzando os braços.— Você merece alguém melhor, não esse cara. Ele não é bom para você. — tentei manter a calma mas minha frustração transbordava.— Quem você pensa que é para decidir por mim? Você está estragando tudo, Dante. Vá embora! — ela rebateu furiosa.Ela bufou novamente, fec
Catarina MarchettiAlexandre chegou no restaurante no mesmo horário de sempre para podermos almoçar juntos, como viemos fazendo nessas últimas semanas. Enquanto saboreavamos o almoço, Alexandre não poupava elogios me deixando nas nuvens. — Você está linda hoje! — Você fala isso todo dia — eu ri.— É por que é verdade. — ele me deu uma piscadinha.Embora inicialmente hesitante, eu estava começando a apreciar a companhia de Alexandre. Nossos olhares trocados e as risadas compartilhadas tornavam o almoço mais leve e agradável. Durante a sobremesa, decidi dar um passo adiante.— Alexandre, eu estava pensando... que tal jantarmos juntos em minha casa hoje à noite? — sugeri.— Eu acho uma ótima ideia. — concordou animadamente.— Ótimo, eu te mando o endereço depois.Ao nos despedirmos do restaurante, não pude deixar de sorrir ao pensar na perspectiva de ter Alexandre em minha casa. A ideia de explorar algo mais sério estava começando a parecer tentadora, e eu estava ansiosa para ver aonde
Dante BaldiniDespertei no sofá com Catarina adormecida no meu braço. O aroma dela preenchia o ar, uma fragrância celestial que me envolvia. Ela parecia um anjo repousando, e o toque da pele dela contra meu corpo era divino. Consciente de que não deveria ter adormecido ali, tentei me levantar cautelosamente, evitando perturbar o sono tranquilo dela.Ao ficar de pé, hesitei antes de partir. Parei por um momento para admirá-la, percebendo que estava irremediavelmente apaixonado. Meus olhos percorreram cada detalhe, capturando a serenidade que a envolvia. Se pudesse eu ficaria ali para sempre.Ao chegar em casa, tomei muito cuidado para não fazer barulho, mas ao entrar no quarto dei de cara com Beatrice me olhando fixamente, o rosto sério denunciando sua frustração. — Posso saber onde você passou a noite?— Eu tive que resolver algumas coisas na casa de apostas e acabei dormindo lá mesmo. — falei enquanto me dirigia ao banheiro.— Sabe, eu não ligo de você dormir fora, mas eu não quero
Último capítulo