Bruno Vargas
A copa do andar executivo estava quase vazia quando entrei para buscar uma água. O relógio marcava pouco antes das três, e eu já estava organizando mentalmente os pontos da reunião que aconteceria em instantes. Foi quando vi Alex parada diante da cafeteira, mexendo o café como quem tentava dissolver algo mais denso que açúcar.
— Boa tarde Alex, não tivemos a oportunidade de falar como você, está tudo bem? Ficamos preocupados! Não vai fugir de novo hein?. — soltei no tom leve, mas carregado de intenção.
Ela ergueu os olhos, visivelmente incomodada. Não com a frase em si, mas com a sugestão de que todos esperavam dela algum tipo de justificativa.
— Engraçadinho você, Bruno. — respondeu, sem humor. — Até tu com isso... – suspirou - Não fugi. Só precisei… respirar e boa tarde para você
Cruzei os braços, apoiando-me na bancada de mármore.
— Calma ruiva… — murmurei, deixando a frase suspensa no ar. Não precisava dizer mais. O olhar que lhe lancei e completei - sem pressão, só