Parte 122...
Domenico
O restaurante era daqueles tradicionais, com toalhas brancas, luz baixa, e um cheiro forte de azeite e vinho no ar. Mesas distantes, poucas pessoas, um ambiente mais reservado para negócios ou problemas que não podiam esperar.
Carlo já estava ao lado da mesa quando cheguei, de braço cruzado e um olhar duro que parecia querer respostas rápidas. Pietro entrou logo depois, com o peso dos anos na postura e o olhar de quem carrega segredos. Os seguranças ficaram lá fora.
— Sentem-se - ele ordenou, olhando pra gente com a autoridade que só um Don impunha.
Nos acomodamos. Aquele silêncio espesso já dizia que o assunto era sério. Carlo foi direto.
— Pietro, sobre o que Domenico nos contou, sobre o tal desvio do Teodoro.
O Don soltou um suspiro longo, cansado.
— Sim, eu já sabia. Há anos. Mas nunca consegui provar nada – fez um gesto chamando a garçonete — O que ele fez foi como um fantasma. Ele mexeu nos cofres, levou o que quis de fininho, sem que ninguém notasse de ime