A VOLTA, A VERDADE E A QUEDA

O helicóptero pousou suavemente no heliporto da cobertura, iluminado apenas pelas luzes laterais que cortavam a noite como lâminas douradas. O vento das hélices levantou o vestido leve de Gemima, fazendo-o ondular como pele de seda agitada pela brisa. Ela instintivamente levou as mãos à barriga — um gesto protetor, quase maternal demais para uma jovem de sua idade, mas que, para ela, já parecia natural.

Jano saltou primeiro, aterrissando com firmeza e elegância. Depois estendeu a mão para ela, com um cuidado que parecia extremo até para ele, como se estivesse segurando algo que pudesse quebrar ao menor toque. Seus olhos, sempre intensos, seguiam cada movimento dela, atentos demais, vigilantes demais.

Ela pousou o pé na plataforma e, naquele instante, percebeu: havia algo novo nele. Não era apenas preocupação. Não era só medo. Era aquela espécie de devoção silenciosa, que não se nomeia, mas se sente.

Ele a guiou até o