Irresistível
Com a bunda empinada para cima e presa pelas pernas, eu
continuei de olhos fechados, não ousaria desobedecê-lo. Minha pele
ainda ardia pelo castigo. Ouvi o bipe eletrônico, estamos no elevador, para
onde ele vai me levar desse jeito? Eu ainda segurava na mão a coleira, a
mesma que o taxista filho da mãe tinha me roubado há dois anos, deslizei
os dedos pela palavra ‘Dom’.
O bipe soou mais uma vez, som de portas se abrindo e um vento
fresco. Rua? Eu quase pelada, e ele me carregando como um homem das
cavernas? Talvez fosse melhor manter os olhos fechados.
— Tudo pronto, senhor Pipermen — anunciou uma voz masculina. —
São quinze minutos daqui até o aeroporto. Lá, o jatinho os aguarda.
—Ok! — ele respondeu mecanicamente.
Robert me sentou em uma poltrona e prendeu tiras largas que se
cruzam em meu corpo, ouvi o clique e um barulho familiar de hélices
girando. Prendi a respiração. Estamos voando.
— Pode abrir agora.
Abri os olhos, estávamos sobrevoando o hotel S