MAITÊ
A casa em Paraty parecia saída de um editorial de revista de luxo. Fachada rústica , portas de madeira bruta , jardim com flores tropicais que pareciam ter sido pintadas à mão. Piscina de borda infinita de frente pro mar . Privacidade total.
Era o tipo de refúgio que só existia em sonhos . Ou nos cartões de crédito de homens como Arthur Castellani.
Quando descemos do carro , ele caminhou na frente , como sempre fazia . Eu segui atrás , observando a maneira como seus ombros largos preenchiam a camiseta preta, o lugar era dele . O mundo era dele . E por três dias , eu também seria.
Entramos . Tudo já estava preparado . Frutas frescas na bancada , lençóis novos na cama king-size , ar- condicionado ligado. Nenhum sinal de bagagem emocional . Só o desejo cru, escondido nos gestos contidos.
Arthur me olhou de relance enquanto eu explorava a varanda.
-Achei que ia pedir para voltar – disse , com a voz rouca
-Ainda dá tempo?- brinquei , embora soubesse que não sairia dali tão