— Como você pôde? — Bati a porta do quarto do hotel, que virou um escritório improvisado de Ethan com tanta força que estremeceu as prateleiras da parede. Ele me olhou calmamente, levantou da cadeira e sentou na beirada da mesa.
— Como você pôde? — gritei mais alto que da primeira vez.
— Você precisa falar baixo, Nicholas acabou de dormir. — Ele ainda está com aquele maldito copo, mas duvido muito agora que seja água. Ele toca a borda do copo com a ponta dos dedos, traçando uma volta e outra, antes de pegar a haste entre os dedos e lentamente levantar a bebida para os lábios.
— Ethan, o que você fez? Por que chamou Madeleine para cá?!
— Nicole, ela é sua mãe. — Ele ergue os olhos do copo para mim. Com uma calma enervante.
— E daí, Ethan? Por causa dela eu tive uma infância infeliz, uma adolescência sozinha, eu quase abortei Nicholas, e você acha que simplesmente devo esquecer e ficaremos todos bem?
— Exatamente! — Ethan falou da ombros. Ele fazia eu parecer uma merda de