Capítulo 3
— As luzes da noite são sempre mais belas no norte — disse o imperador. — São como rios que correm acima das montanhas, colorindo um mundo de escuridão e frio, criaturas das mais vis se escondem. Abre-se passagem para o ardor do meu peito, pois posso encontrar meus filhos. Queima minha solidão, sangra o meu coração. Derrama-se o amor, do jeito que um rio possa encontrar o outro. Ó, amados filhos, estou indo alimentá-los da minha própria boca.

O imperador se ajustou no seu trono de madeira velha e corroída por cupins, fazendo estalos soarem. Com o barulho, ele aproveitou para soltar um pum com o falho intuito de sair disfarçado. Alguns risos seguiram o ato solene.

— Ó, marido — sua esposa veio e pegou suas mãos amarelas, os dedos repletos de anéis de brilhantes falsos. — A guerra só piora. Temos que comer minhocas para não morrer de fome, agora elas devem estar comendo seus miolos!

Risos fracos.

— Bobagem, mulher — ele empurrou a esposa, derrubando-a sobre o tapete do homem-pássaro.
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