Admir falou e, de repente, a porta foi empurrada e Antônio estava parado na entrada:
- Escondendo algo?
Assim que soube que Admir estava lá, Antônio voltou imediatamente. Admir virou-se para ver Antônio e um olhar frio passou por seus olhos:
- Irmão, você voltou. Eu estava prestes a perguntar para minha cunhada como você consegue trabalhar sem enxergar.
As sobrancelhas de Antônio se franziram ligeiramente:
- Se há algo a ser dito, diga lá fora.
Somente então Admir se levantou, lançou um olhar para Francisca e seguiu Antônio para fora. Lá fora, a neve caía em profusão. Os dois irmãos saíram, mas não pareciam harmoniosos.
- O que você quer afinal? - Perguntou Antônio.
Francisca não estava presente, e Admir não tinha mais vontade de continuar fingindo. Ele falou calmamente:
- Não foi isso que eu disse antes? Eu quero recuperar o que é meu. Irmão, desde que éramos crianças, você sempre pegou tudo de bom. Agora você quer levar minha Francisca também. Isso é justo?
Antônio riu levemente, zom