Aquele vestido era ridículo. Mas, como tinha sido Lúcia quem o vestira, Sílvio decidiu suportar. Qualquer desconforto valia a pena. Ele sabia o que era usar roupas de má qualidade. Quando criança, a pobreza o obrigava a vestir peças usadas que vinham dos parentes. Foi por isso que, quando ficou rico, passou a ser exigente com tudo, especialmente com roupas.
A dor de cabeça persistia, mas ele a ignorou.
Olhou ao redor e percebeu que não havia chinelos masculinos no quarto. Isso o deixou satisfeito. Era um sinal de que Basílio não havia passado a noite ali. Felizmente, os chinelos que Lúcia comprara tinham um estilo masculino e eram maiores, ajustando-se perfeitamente aos pés dele.
Sílvio caminhou até o sofá e parou diante de Lúcia. Ela estava encolhida, abraçando os próprios braços, como um pequeno gato arisco, pronta para se proteger a qualquer momento.
Sem hesitar, ele se abaixou e a pegou no colo.
Ela estava tão leve, tão frágil, e, enquanto dormia, era como se toda a resistência del