16. Um vinho e uma lembrança
Valentina Carvalho
— O único cheiro que sinto é o seu, Valentina - ele me beija novamente.
— Não, Emir - eu o empurro - A comida está queimando.
Eu estava tentando descer da bancada, sentindo-me um pouco desajeitada, quando Emir me segurou pela cintura e me colocou suavemente no chão. Eu sabia que ele estava apenas tentando me ajudar, pois minhas pernas eram pequenas e eu não alcançaria o chão, e meu machucado iria ficar ainda pior.
— Merda! - eu exclamei, frustrada, na frente do fogão — Quase perdi todo o jantar.
Emir continuou a olhar para mim enquanto tentava salvar a comida. Desde quando vim para cá, me serviram sopas, cordeiro e legumes. Eu estava ficando faminta, pois não gostava de carne de cordeiro. E como queria comer algo que pelo menos lembrasse a comida do meu país. Quase consegui queimar o que eu havia feito.
— Consegui salvar, felizmente - ele estava encostado me olhando - Você tem vinho? - depois de tudo que havia acontecido comigo hoje eu precisava de uma taça.
— Ten