Nos dias que seguiram a celebração, o vilarejo despertou para um novo começo. Os habitantes viviam cada instante com a consciência plena do Véu, compreendendo que faziam parte de algo vasto e eterno. Mesmo o cotidiano mais simples — o nascer do sol, o fluir do rio, o riso das crianças — era visto como um reflexo do universo.
Lúcia, porém, sentia que havia uma última lição a compartilhar. Ainda restava algo profundo a ser entendido sobre o Véu: sua natureza cíclica, o poder da criação e da destruição, e a semente da eternidade que ele representava.
Um Encontro Ancestral
Certa noite, ao entrar em meditação, Lúcia sentiu a presença de Clara e Daniel. Eles se aproximaram dela como ecos do passado, figuras translúcidas feitas de luz, mas com a força de quem deixara uma marca indelével na realidade. Ela ouviu suas vozes em sua mente, vozes que carregavam uma sabedoria profunda e intemporal.
— Lúcia, o Véu é uma jornada sem fim — disse Clara. — Nós o compreendemos e o trouxemos até aqui, mas