Nove meses haviam se passado desde a partida de Alex, e Nina estava finalmente encontrando um equilíbrio. Ela havia voltado a ser mais parecida com a pessoa que costumava ser - ainda profissional e competente, mas também humana e compassiva.
A carta para Alex continuava salva em seu laptop, não enviada. Toda semana ela a abria, lia, e considerava enviá-la. Mas toda semana a coragem a abandonava no último momento.
“Talvez seja melhor assim”, ela se dizia. “Talvez ele tenha seguido em frente.”
Mas no fundo, ela sabia que estava apenas com medo.
— Nina, você tem um minuto?
Marcus apareceu em seu escritório numa quinta-feira à tarde, com uma expressão estranha no rosto.
— Claro. O que foi?
Marcus fechou a porta e se sentou, o que imediatamente deixou Nina alerta.
— Eu recebi uma ligação hoje.
— De quem?
— Do Alex.
Nina sentiu o mundo parar. Seu coração começou a bater tão forte que ela tinha certeza de que Marcus podia ouvi-lo.
— Ele... ele ligou?
— Ligou.
— O que... o que ele queria?
— S