Preocupada, Nikole viu sua avó se contorcendo de dor, com dificuldade a ajudou a se levantar.
- Aguenta firme, vou pedir ajuda. Então se lembrou que os rapazes haviam saído e seu avô estava dormindo. - Vou te levar para o hospital. No living, estavam as chaves dos carros e ela pegou qualquer uma. Foi ao quarto da avó e pegou sua bolsa com os documentos, não encontrou Sofia em nenhum momento. Reunindo todas as suas forças, colocou Alessa no carro e desceu em direção ao centro de Milos. Aquela hora não tinha um único carro na rua e seu deslocamento foi rápido e preciso, sua memória fotográfica a ajudou a encontrar o caminho rapidamente. Logo sua avó estava sendo atendida e medicada. - Srta Smiths, sua avó foi sedada e deve acordar entre cinco a seis horas. No entanto, precisa ser enviada para o quarto ou para a enfermaria. Após discutir os custos de ambos, Nikole colocou sua avó em um quarto, sem pensar duas vezes. Faria a família Smiths pagar por todos os gastos. - Então vou buscar as coisas da minha avó, devo estar de volta antes que ela desperte. - Pode ir tranquila, vamos estar monitorando Ela. Entro em contato se alguma coisa mudar antes. - Obrigada Dra. Volto logo! Quando chegou a mansão já eram quase quatro da manhã e ela estranhou que tantas luzes estivessem acesas. - Você voltou! O Toda a família estava na sala e no momento em que entrou, viu que as coisas não eram boas. - Tio, devemos chamar a polícia. Essa ladra tem que ir para a prisão. - Ladra? Eu? Que diabos está acontecendo aqui? - Você roubou um carro que custa milhões. - Aquele carro lá fora? Se está aqui, não foi roubado. - Você não tinha autorização para pegar o meu carro. O rosto de Dominico estava preto como carvão. - Tive uma emergência e não tinha ninguém em casa. - Não me interessa sua emergência! Aqui respeitamos os pertences dos outros. - Você agrediu a Sofia e isso é inadmissível! Nikole olhou para o avô sem acreditar no que estava ouvindo. "Quando foi que eu agredi a Sofia?" - Só porque essa delinquente falou é verdade? Quando foi que vocês me perguntaram o que aconteceu? - Sofia já descreveu em detalhes o que aconteceu. Você bateu nela depois de acusá-la de mexer em suas coisas. Ela ainda é uma criança e você já é uma mulher, que vergonha Nikole! O sangue de Nikole entrou ebulição. Era surreal o que estava acontecendo. Virou e com dois passos estava ao lado de Sofia, no minuto seguinte o som de um tapa ecoou pela sala. - Agora o que ela disse é verdade! - Eu vou chamar a polícia, você vai ter que pagar por isso! - Ótimo! Faça isso Sofia, eu quero mesmo prestar uma queixa. Se você não chamar eu chamo. Zacary e Zander não falavam nada e assistiam a cena sem acreditar. Já Dominico segurou Nikole enquanto seu avô furioso ordenava: - Sem envolver a polícia! Mas quero você fora da minha casa. Esse era o homem frágil que pela manhã do dia anterior lhe pedia para ficar, se dizendo arrependido do que fez ao seu pai no passado? As pessoas não mudam, Nikole disse a si mesma rindo por dentro. - Eu vou! Mas antes Sofia vai ter que falar a verdade. A cor sumiu do rosto de Sofia. - Você tire as mãos de cima de mim! Vou denunciar Sofia por tentativa de homicídio e você como cúmplice. Suas palavras caíram como uma bomba, ela virou para a governanta e pediu: - Ivana, por favor faça as malas da minha avó. Ela está hospitalizada. - O que houve com Alessa? Já subindo as escadas, Nikole respondeu sem se virar. - Pergunta para essa marginal que vocês tanto protegem. Em menos de cinco minutos Nikole estava de volta com sua mala. - Foi um acidente! Eu apenas esbarrei na Alessa. Mentiras e mais mentiras, Sofia era uma mentirosa compulsiva. - Não foi um acidente Sofia, você vai ter que responder por isso. Não vou descansar até te colocar na prisão. - Você não ouviu ela dizer que foi um acidente? - Não foi acidente! Eu entrei na cozinha no momento em que Sofia empurrou minha avó. Um simples esbarrar não iria deixar ela com traumatismo craniano, a clavícula deslocada e o ílio trincado. - Isso é brincadeira não é? - Eu não brinco com coisas sérias Dominico Zaffari. Sofia e mimada e mentirosa. Sabe que vai sair impune, mas dessa vez as coisas serão diferentes. - O que você vai fazer? Agora Arturo realmente prestou atenção no que ela dizia. - Assim que minha avó acordar, vou registrar a queixa contra Sofia. Vocês não vão poder passar a mão na cabeça dela, ela tem que responder pelo que fez. - Eu quero a verdade agora Sofia! No silêncio da madrugada, a voz de Arturo parecia um trovão. - Nikole não me bateu. Alessa me chamou atenção por ter mexido nas tralhas dela. Eu estava com raiva e talvez tenha empurrado ela com força. Nikole suspirou aliviada, enfim a verdade apareceu. - Parabéns Sr. Smiths, você está criando uma delinquente com sussesso! Pegou sua mala e foi buscar a mala da avó. Minutos depois, saia da casa nos primeiros raios de sol do dia. - Nikole, espere! Fingindo que não ouviu a voz do avô, ela andou para a saída da mansão. Ainda era muito cedo para conseguir um táxi em plena manhã de domingo. Então iria esperar na estrada até o dia clarear. Pouco depois de passar pelos portões, um carro saiu atrás dela. - Entre no carro Nikole! - Não, vou esperar e daqui a pouco peço um táxi. Dominico desceu do carro e pegou duas malas. - Deixe de ser teimosa, entre logo. Jogou as malas no banco de trás e se virou para Nikole. - Vai entrar ou preciso pegar você no colo? - Hospital Central. - Eu sei! E o único que tem indicação para turista e está mais próximo. Ela se sentou em silêncio e ele dirigiu por um tempo antes de falar: - Quero que reconsidere e não denuncie Sofia. - Nem pense nisso! Ela tem que lidar com as consequências do que faz. - Seu avô não vai aguentar ver Sofia ser denunciada. Peça o que quiser e eu darei a você, além de garantir o melhor tratamento para Alessa. - Isso já vão ter que pagar de qualquer forma. E não vou deixar passar.