Murilo estava sentado no sofá, olhando para a mulher à sua frente com um semblante fechado e tenso.
Lavínia estava sentada com as pernas cruzadas, segurando uma almofada no colo, e estalava os lábios.
— Eu já disse várias vezes, não quero casar.
— E qual é o motivo?
— Eu já falei, casamento é o túmulo do amor, isso não é motivo suficiente? — Lavínia retrucou.
Murilo apertou a testa, as veias de sua cabeça saltando. Nunca imaginara que essa frase se tornaria o maior obstáculo de sua vida.
Ele respirou fundo e perguntou:
— Então, você acha que, assim que nos casarmos, o amor vai desaparecer? Ou você acha que eu não te amo o suficiente?
Lavínia ficou em silêncio por um segundo e então respondeu:
— Não é nada disso. Na verdade, acho que você tem sido ótimo. Eu simplesmente não quero me casar. — De repente, ela acrescentou. — Não estamos bem assim, do jeito que estamos?
Ela não contou a ele que, sempre que o assunto casamento surgia, ficava extremamente resistente.
Na verdade, Murilo sabia