— Que foi? Eu pareço assustador?
Lavínia deu um leve chute na perna dele, lançando um olhar de reprovação ao mesmo tempo.
Murilo respondeu:
— Não assustador, deslumbrante. Serve assim?
Lavínia não perdeu tempo com a provocação. Tinha ido até lá por um motivo sério e foi direto ao ponto:
— Me diga, você tem o relatório médico do Sr. Guilherme?
Murilo hesitou por um instante.
Guilherme, com sua previsão certeira.
Sem demonstrar emoção, ajustou os óculos com o dedo indicador.
Logo, sua voz grave, serena e com um toque de elegância ressoou:
— Por que quer saber disso?
Lavínia respondeu com firmeza:
— Que pergunta... É óbvio que é por algo importante.
O homem, calmo e meticuloso, respondeu com princípios claros:
— Isso é confidencial. Pertence à privacidade do paciente. Sem a autorização do interessado, não posso divulgar. Essa é uma regra formal do hospital. Proteger a privacidade do paciente é um dos princípios éticos fundamentais da minha profissão como médico