Alexander Narrando
Eu fiquei olhando pra Norah enquanto ela falava, e por mais que eu tentasse manter a calma, por dentro eu estava um caos. Se já tinha sido difícil pra mim ouvir tudo aquilo, imagina pra ela reviver? Cada palavra dela vinha junto com uma dor antiga, uma dor que não devia ter pertencido a ela. As lágrimas escorriam pelo rostinho dela, finas, rápidas, desesperadas, e o jeito que a voz dela falhava fez meu peito apertar de um jeito que eu não lembrava de sentir fazia anos.
Eu preso nessa maldita cadeira de rodas, querendo levantar e arrancar ela daquele sofrimento com as mãos. Mas fiz o que eu podia.
— Vem cá, amor — murmurei, chamando com a mão.
Ela respirou fundo, como se o corpo estivesse cansado de tanto aguentar, e deu dois passos em minha direção. Quando chegou perto o bastante, eu puxei ela pela cintura, com cuidado, mas firme, e fiz ela sentar no meu colo. As pernas dela estavam trêmulas. O corpo também.
Abracei ela forte, a ponto de sentir o coração desesperad