Alexander Narrando
Não tomei a medicação naquela noite. O corpo pedia descanso, mas a mente estava em ebulição. Em vez de dormir, fiquei revendo tudo, contratos, relatórios, e principalmente os documentos que o Nico trouxe sobre as movimentações do meu tio Stefano. A cada página lida, a raiva aumentava. Era como se o sangue queimasse nas veias. Eu confiava nele, e ele tentou me tomar tudo o que construí com tanto esforço.
Fiz o exercício de respiração que a Norah me ensinou, tentando me acalmar, mas nem isso ajudou muito. Quando o sono finalmente veio, já era madrugada. Me deitei sentindo o corpo pesado e os olhos ardendo de tanto ler. Pensei em Norah antes de adormecer. Se ela soubesse que passei a noite acordado, brigaria comigo. Ela tem esse jeito doce e firme, e só de lembrar da expressão dela quando fica séria, eu acabei sorrindo sozinho, mesmo cansado.
Acordei com o despertador tocando. O som irritante me tirou do pouco sono que tive. Peguei o telefone da cabeceira e chamei o e