1° Boneca de Porcelana

Abracei com força a minha boneca de porcelana, ela tinha um rosto tão perfeito e tão meigo que era impossível não a achas linda, mamãe dirigia com atenção ao meu lado enquanto eu acariciava os longos cabelos cacheados e loiros da boneca, “são iguais aos seus. ”. Disse ela que logo voltou a dirigir. Estáva chovendo o vidro borrado e quase impossível de se ver o que acontecia do lado de fora, mas minha mãe continuava atenta, ajeitei o vestido, queria chegar linda na casa de minha tia, minha mãe me olhou sorrindo.

Paramos no sinal, olhei aquela luz vermelha, e então o sinal abriu...

A luz branca apareceu do nada, de repente senti um soco contra o carro,

“Deus! Mamãe o que está acontecendo? ”. Um carro tinha nos atingido em cheio contra a porta ao lado de minha mãe, meu corpo foi lançado contra o vidro que se despedaçou e fomos arrastados, o carro girou eu voei de um lado para o outro. “O que era aquilo? ” “Tirem-me daqui! ”, não ela não podia fazer nada, o carro parou, estáva tudo escuro, meu rosto deitado contra o chão do carro entre os cacos de vidro, tinha sangue para todos os lados e a maior parte dele, era o de minha mãe...

A porcelana da boneca se partiu seu vestido branco agora era vermelho, seu lindo cabelo loiro estáva embaraçado, meu corpo doía e eu não podia ver nada.

“Rápido! Rápido! Chamem uma ambulância! ” Ouvi alguém gritar, tentei responder, dizer que eu estáva viva que eu estáva bem, tentei pedir por socorro, olhei minha mãe do meu lado seu rosto estáva virado em uma posição estranha, e eu não sabia se ela estáva bem ou não, por que ela não falava comigo? Mamãe diga alguma coisa. Você está bem? Minha voz não saia, medo? Não sei bem explicar, eu estáva lúcida? Não sei, talvez fosse um sonho, sim era um sonho eu

iria acordar logo, devia ter dormido na viagem, pensei não aquela dor era real demais eu, eu não era capaz de suportar, meu corpo estáva doendo, mas o desespero por minha mãe era ainda maior, “Oh Deus eu tenho apenas 8 anos e tenho tantas coisas para fazer, quero abraçar minha mãe! Beijar seu lindo rosto de anjo, eu queria poder dizer que eu a amava, eu sou só uma criança presa aqui, por favor, tenha piedade, tenha piedade...”.

Minhas preces foram ouvidas, ouvia voz de um homem dizer ao meu lado, sua mão quente tocou meu pescoço com cuidado.

- Cuidado, ela ainda está viva!

A porta foi arrancada eu não vi como, tudo estáva escuro, mas eu podia ouvir, eu não sabia o que estáva acontecendo, senti meu corpo ser carregado e agora eu via o asfalto o carro destruído, estáva tudo nublado minha testa sangrava muito, e minha boneca? Onde estáva minha boneca? Cadê a mamãe? Ninguém me respondia, estaria eu delirando? Fogo eu sentia o calor do fogo, o que estáva queimando? O que tinha acontecido, escutei então um homem falar para o outro eles estavam parados do meu lado.

- Pobre criança, tão pequena e terá que seguir sozinha...

- E Mãe da menina, como está?

- Morreu, o carro a atingiu em cheio.

“Morreu, o carro a atingiu em cheio”. Essas eram as palavras finais, eu ouvi bem, não era ilusão, não, não podia ser verdade, eu queria morrer, minha mãe, minha adorada mãe, não, não! Devem estar enganados, uma lágrima correu pelo meu rosto eu senti ela quente escorrer pela minha face, eu precisava olhar para ela, eu precisava dizer que a amava que eu a perdoava por tudo, eu queria ouvir os gritos dela de novo, queria que ela me mandasse a arrumar o meu quarto e que pedisse para que eu fizesse meus deveres de casa, Deus ela não podia ter morrido, ela me prometeu que ficaria comigo o resto da vida, desde a morte do papai ela tinha dito que não me deixaria que seguiria ao meu lado, ou droga ela nunca cumpria com as suas promessas, mas eu tinha esperanças que ela cumprisse essa, eu queria poder acreditar em milagres, eu queria poder acreditar que ela estáva do meu lado dizendo que tudo estáva bem...

Eles me carregaram até a ambulância, agora tudo estáva branco em minha volta...

“Oxigênio! Rápido, rápido! ”

Eles gritavam uns para os outros, senti uma dor forte, meu coração disparou de repente, o que estáva acontecendo agora? Minha perna minha perna doía muito... eu quero a minha mãe! Por favor, tragam-na para mim, é só o que eu preciso, eu preciso dela...

“O coração dela está parando, ela não vai aguentar, controle a pressão! ”

Minha vida perdeu o sentido, eu não queria viver, uma órfã era o que eu era, uma órfã, não eu não queria essa vida para mim, eu queria minha mãe...

Tudo ficou em silêncio, agora na esquina só se viam a porcelana quebrada da boneca que eu tanto gostava.

Entrei no hospital, o ambiente havia mudado, mas o desespero continuava o mesmo, o ar parecia pesado e a dor tinha aumentado, eu quero morrer, tirem me daqui a cena do acidente se repetia em minha mente como um fantasma assombrando meus pensamentos, no mais terrível dos meus pesadelos eu via o rosto de minha mãe coberto de sangue, por que isso tinha acontecido? Eu tinha um buraco em meu peito, mas não era por causa do acidente, tudo estáva girando, eu queria estar

Em outro lugar, comecei a sonhar, onde eu estáva? Não sei, eu corria, sim eu corria, em uma floresta escura e fechada, eu podia me ver fugindo tinha um lobo atrás de mim, uma ponte, a ponte se aproximava eu podia ouvir o barulho forte da água, esse era o fim, olhei para os olhos do lobo negro eles estavam queimando, acordei com um susto e gritei, Madre Thereza estáva ao meu lado, eu estáva no orfanato como sempre estive desde a morte de minha mãe quando eu tinha oito anos, tudo tinha sido apenas um sonho, ela me olhou com os olhos aflitos.

- Querida, você delirava, foi o sonho das últimas noites? O que está acontecendo?

- Sim, eu vi o acidente, a floresta e então o lobo, não sei o que está acontecendo comigo...

- Talvez seja bom você ir tomar um banho, suou muito, teve febre...

- Claro madre.

Levantei-me da cama e sai do quarto caminhei pelo corredor escuro do orfanato, passei a mão entre os cabelos se ao menos eu conseguisse entender esses sonhos, eles eram sempre iguais e tinham começado desde que minha tia tinha ligado para o orfanato e dito que cuidaria de mim, amanhã eu pegaria o primeiro voo para Toronto, onde minha tia morava. Entrei no banheiro, da janela eu podia ver a lua cheia, grande e amarelada, tirei a roupa e olhei a cicatriz do acidente, agora eu tinha 16 anos, fazia oito anos que tudo tinha acontecido e ela parecia estar ainda mais evidente do que naquela época.

Entrei em baixo do chuveiro a água quente percorreu meu corpo os olhos do lobo se formaram involuntariamente aqueles olhos que queimavam como o fogo, senti um arrepio e então sai do chuveiro e voltei para o quarto enrolada na toalha, mas não dormi o resto da noite.

Acordei cansada, a madre foi a primeira a entrar no quarto.

- Como passou o resto da noite?

- Não dormi direito, acho que não dormi ao certo...

- Notei suas olheiras, querida hoje é o grande dia, está realmente pronta para ir?

- Não sei, me acostumei com aqui, mas já disse a minha tia que iria morar com ela, não quero magoá-la...

- Está certo, arrume suas coisas então vou chamar um táxi para te levar até o aeroporto.

- Obrigado, madre por tudo...

- Vai dar tudo certo, meu anjo...

Concentrei-me em arrumar minhas coisas em uma mochila, não tinha muito o que levar, já que tudo o que eu tinha eram dois uniformes do orfanato iguais e 3

roupas de cama, algumas outras coisas pequenas minhas que não significavam muito.

Passei na capela antes de ir, algumas irmãs rezavam concentradas quando eu entrei, tentei não fazer barulho, olhei fixamente para o crucifixo e me concentrei no meu pedido, notei que as irmãs saíram,

Permaneci ali por mais um tempo, fechei os olhos e por alguns segundos lembrei de minha mãe, o lobo na noite passada roubou a única imagem que eu tinha dela novamente se formando em minha cabeça, um vento gelado entrou por dentro do santuário e então todas as velas que iluminavam o local se apagaram no mesmo instante, me assustei, caminhei até as velas curiosa todas tinham se apagado sozinhas.

Vi o sorriso afetuoso da Madre Thereza se transformar em lágrimas com a minha partida, ela acenava da frente do orfanato, olhei para ela de dentro do táxi, logo a imagem do orfanato foi ficando para trás, eu sabia que agora tudo dentro de mim era apenas um vazio, minhas lembranças de criança tinham ficado naquelas paredes e sabia que tudo iria mudar daqui para a frente.

E tudo mudou, o aeroporto estáva cheio de gente e a viagem foi mais tranquila do que eu pensei que seria eu tentava não imaginar como seria minha tia, ela devia ser quieta e meio solitária, talvez fosse por isso que tinha pedido a minha guarda, depois de 2 horas cheguei em Toronto, Canadá o clima era gelado e caia a primeira chuva do inverno, desci do avião e entrei pelos portões, as pessoas cruzavam por mim, ninguém parecia estar realmente interessado com ninguém ali, alguns esbarrões, tentei procurar alguém parecido comigo na multidão, mas não encontrei ninguém solitário ali, todos abraçavam seus parentes eu era a única que estáva sozinha, de repente vi uma mulher no meio das pessoas, ela não era parecida comigo, tinha os cabelos castanhos longos e olhos verdes bem vivos, segurava uma plaquinha na mão e pulava feito uma doida entre as pessoas... Minha surpresa foi ler em sua Placa... ALICIA. Droga esse era o meu nome, se ninguém ali me conhecia com certeza agora todos sabiam o meu nome...

Parei na frente dela.

- Eu sou a Alicia.

Seu olhar se tornou confuso.

- Alicia? Alicia Ângelus?

- Isso.

Concordei, ela sorriu e me abraçou com tanta força que eu quase esqueci de respirar.

- Eu encontrei você!

- É parece que sim! -Disse apontando para a plaquinha, como ela podia pensar que não me acharia com uma plaquinha espalhafatosa daquelas? Helena era bem diferente do que eu pensei que ela seria, não era uma velha, era jovem, não parecia mal-humorada pelo contrário parecia muito jovial e animada, na verdade ela parecia uma criança, contava piadas dava muita risada, e não ela não era nada solitária, conhecia todo mundo, cruzava dando “oi” para todos.

- Quem é Tia? – Perguntei quando ela passou por um senhor e lhe cumprimentou.

- Não sei, pareceu simpático...

Ela respondia isso para todos, era capaz de iniciar uma conversa com um desconhecido do nada, coisa que eu nunca fui capaz de fazer, acho que de certa forma deve ser, por que eu não sei me comunicar, por isso prefiro escrever.

O Carro dela tinha um desing inovador, néon turbinas, era rebaixado, e tinha mais som do que um carro de uma adolescente.

- Desculpa, querida, é que eu gosto de música alta...

- Eu percebi...

Comentei, ela me olhou por alguns segundos.

- Você tem os olhos de sua mãe, Azuis, eu sempre quis ter os olhos como os dela, mas puxei ao papai, cabelos castanhos e olhos verdes.

- Acho seus olhos bonitos.

Fui sincera.

- Obrigado. Você se parece muito com sua mãe, cabelos loiros, longos e cacheados, olhos azuis, pele branca, sua mãe sempre foi bastante pálida.

- Ela era bem mais bonita que eu.

Ela não falou nada a respeito, e resolveu mudar o assunto.

- Pensei que você fosse menor.

- Como assim?

- Não lembrava que já tinha 16 anos, esperava uma menina de 10...

- Sério?

- Sim.... Espero que não se importe de ter o quarto cor de rosa... – Disse ela num tom apreensivo, olhei para ela rindo.

- Não, não me importo, deve estar arrependida então. Ela se ofendeu.

- Não querida, nunca na verdade estou aliviada para mim é mais fácil conviver com uma adolescente do que com uma criança.... Acredite! Não era difícil de pensar isso, já que Helena parecia ser uma adolescente quando se tratava de assuntos mais sérios.

Olhei pela janela embaçada e comecei a perceber que a paisagem tinha mudado, tinha arvores para todos os lados, Tia Helena entrou por um portão grande de madeira onde eu vi escrito: “Reserva dos Bill” as árvores de pinho transformaram a paisagem, sim eu estáva bem longe de casa.

O olhar de minha Tia tinha se tornado preocupado à medida que ela dirigia, percebi que ela tinha algo para falar.

- O que foi tia?

- Espero que goste de natureza, caso contrário não sei o que farei com você...

- Por quê?

- Bom, eu moro em uma reserva, deve ter percebido isso.

- Sim...

-Mas não disse que morava dentro dela...

Meu olhar se tornou confuso.

- Como? No meio da floresta?

- Exato.

Pulei de alegria.

-Sério? Eu vou morar no meio do mato? Isso é demais!

-Você gostou?

- Claro...

Acho que ela se surpreendeu com a minha reação imagino que ela não esperasse isso, eu sempre gostei muito de natureza, conviver com ela diariamente seria bem legal.

Entramos no meio de uma trilha, o caminho começou a se tornar cada vez mais escuro por causa do clima nublado e das arvores que cada vez mais iam se tornando fechadas.

A Casa de minha tia era em formato Hexagonal, feita de madeira envernizada, na parte de baixo era toda de vidraças e na de cima parecia ser um xale.... Olhei tudo, era perfeito parecia uma casa colonial, meu olhar se voltou para o lado onde tinha uma roda d’água, as orquídeas davam um toque especial, algumas bromélias floresciam nas árvores, minha tia abriu a porta para mim, por dentro a casa era clássica, cortinas davam um charme, muitos vasos de flores.

- Seu quarto é lá em cima...

Eu a acompanhei.

Meu quarto era grande, tinha ursinhos de pelúcia para todos os lados, bem se via que ela esperava por uma criança, uma varanda dava para as árvores, olhei pela porta de vidro, o sol começava a se por.

-É lindo.

-Que bom que gostou de meu anjo, a decoração é cor de rosa e tem ursinhos de pelúcia, mas você pode mudar isso se não gostar.

- Se eu não gostar? Tia eu adorei! Nunca tive nada parecido...

-Vou preparar nosso jantar, o banheiro é ali, se você quiser tomar um banho ou se trocar.

- Claro, obrigado tia.

Ela ia saindo e então voltou.

- O que foi?

-Querida, tem algo que eu quero lhe dar... eu já disse isso três vezes e talvez esteja me tornando chata e repetitiva, mas eu queria que visse uma coisa que eu consertei para você...

Ela caminhou até um armário e retirou uma caixa de dentro dele.

-Tome, é seu...

- O que é?

Abri a caixa e vi a boneca de porcelana dos meus oito anos, reformada, seus lindos cabelos loiros, seus profundos olhos azuis deslizei o dedo pela face reconstruída...

-Você...

- Desculpe, tomei a liberdade de ficar com ela depois do acidente e então quando resolvi pegar a sua guarda de volta mandei que reconstituíssem seu rosto.

-Ela está perfeita... obrigada tia...

Eu a abracei com carinho, depois ela saiu do quarto e foi preparar nossa janta.

Continuei a alisar o rosto da boneca, lembrei do acidente, minha cicatriz doeu em minhas costas, levantei-me da cama e larguei a boneca, olhei para a varanda e me assustei ao ver um pássaro negro me olhando, ele gritava a batia as azas com raiva, era um corvo, seus olhos eram alaranjados e ele não aprecia estar

nada feliz comigo ali, ele parou e me encarou por um tempo, depois voou, respirei fundo, eu nunca tinha visto um animal como aquele tão de perto, caminhei até a varanda ele tinha sumido.

Minha tia entrou no quarto correndo.

-Querida aconteceu alguma coisa?

-Tinha um corvo na varanda, me assustei...

-Aquele corvo maldito, ele tem vindo aqui nos últimos três dias, não sei o que quer...

-Nos últimos três dias?

Lembrei naquele instante dos meus pesadelos contínuos, sobre a reserva, lembrei dos olhos do lobo negro que queimavam em um tão amarelo alaranjados iguais os do corvo naquele momento.

- O que foi querida?

-Nada, está tudo bem, ele só deve ter estranhado a minha presença, vai se acostumar comigo.

-Espero que sim.

Ele passou a mão nos cabelos.

-Parece que eu tinha algo para fazer?

Pensou ela, saindo ar por alguns segundos. Novamente seus olhos verdes explodiram em um olhar de desespero.

- Deus eu deixei o arroz no fogo!

Ela saiu correndo do quarto, comecei a rir incontrolavelmente, além de engraçada minha tia era bastante desastrada e esquecida sem dúvidas.

O arroz queimou, o feijão estáva sem sal, mas o jantar foi bom, minha tia não parava de contar piadas, oh ela sabia muito bem como conta-las.

-Amanhã, vou te apresentar para o meu chefe.

-Quem é o seu chefe?

-Eu trabalho como contadora, na reserva dos Bill, Jhonny Bill é o meu patrão... vai gostar dele, ele passa boa parte do tempo por aqui, não é só O meu chefe, é meu amigo também... E bom quem sabe você não se torna amiga da filha dele. -Quem é a filha dele?

- Sophia, ela é muito animada, é uma boa companhia para você.

- Tia onde eu vou estudar?

Ela engoliu o resto da comida sem mastigar.

- Deus! Não pensei nisso, nem me lembrava que você tinha que terminar

O último ano, terei que ver quais são as escolas mais próximas daqui, vou falar com Jhonny amanhã, ele vai me ajudar nisso, não sei como pude esquecer da sua escola.

-Então eu não tenho aula amanhã...

-Não, você terá que ficar em casa enquanto eu vou trabalhar, desculpe querida, não posso ficar o tempo todo com você.

-Está tudo bem tia, eu sei me virar, eu juro, não vou fazer nada, ficarei em casa e talvez tire algumas fotos da casa mais tarde para m****r para o orfanato.

- Claro, Alicia, o que pensa em ser quando for para a faculdade? Engoli seco a comida o gosto amargo do arroz desceu rasgando a minha garganta.

- Faculdade?

- É... O que quer fazer? Medicina, matemática, contabilidade, direito...?

-Não sei tia, eu nunca pensei em fazer faculdade.

-Como não?

- Sempre morei no orfanato, desde os oito anos, nunca em minha vida pensei em sair de lá, estar aqui com você é estranho para mim, eu acho que na verdade sempre quis seguir a carreira religiosa.

Ela se engasgou e tossiu um pouco.

- Carreira religiosa? Vai ser freira?

- Gosto de cuidar das pessoas.

Ela me olhou séria.

- Claro querida, entendo, mas pense melhor a respeito, não me oponho se quiser ser freira, mas... gostaria que fizesse uma faculdade.

-Vou pensar.

Na verdade, eu sabia que minha tia não queria que eu segue a carreira religiosa.

Pela primeira vez, em dias eu consegui passar a noite sem problemas, talvez Madre Thereza estivesse certeza, talvez isso passasse com o tempo, na verdade eu acho que devia ser só nervosismo para conhecer Tia Helena, e agora tudo estáva mais calmo.

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