ROSA
Eu arregalei os olhos.
— Você lê os meus pensamentos?
— Claro. Eu sou a sua mãe. Como eu não saberia o que se passa nessa sua linda cabecinha?
— Mãe? — Eu perguntei. Não, ela não era a minha mãe, a não ser… — S-Selene?
Ela sorriu mais abertamente.
Certo, eu estava alucinando.
— Não, meu bem. Você não está alucinando. Eu vim visitar você, porque é a hora.
— Ninguém nunca comentou que a gente lhe vê quando se transforma. Nem na primeira vez.
— Mas não me veem. Apenas aqueles que são escolhidos vem até aqui quando chega a hora de se transformarem.
— Escolhidos? Eu sou uma escolhida? — Eu não entendia nada, mesmo. A única possibilidade era que alguma coisa muito louca estava acontecendo. Eu juro que não usei drogas, nem bebi. Talvez eu tivesse morrido…
— Sim, escolhida. Não, você não morreu. Veja…
Ela me ofereceu um espelho e primeiro, eu não vi nada diferente. Era eu. Apenas eu. Ela fez menção para que eu voltasse a olhar no espelho.
Dessa vez, o reflexo tinha algo de diferen