Ela estendeu metade do corpo para fora da grade, parecendo um pouco perigosa.
Um carro prateado passou, parou e começou a dar ré.
Rodrigo, com seus olhos negros, fixou o olhar na mulher parcialmente fora da grade, acendeu um cigarro e se aproximou do carro. Ele saiu do veículo e caminhou na direção dela, dizendo: — Está pensando em pular?
Beatriz, surpresa com a voz, virou-se para ver que era Rodrigo. Ela hesitou por um momento e respondeu: — Senhor Santos.
Rodrigo olhou para ela com a mesma frieza de sempre e respondeu: — Senhora Silva.
— Às tantas da noite, isso não é seguro. — Ele comentou com um tom preguiçoso.
Beatriz ficou um pouco confusa, mas então sorriu e disse: — Você realmente acha que eu ia pular? Claro que não. — Ela apoiou os cotovelos na grade e riu de forma despreocupada.
Rodrigo assentiu e disse: — Então, parece que eu entendi errado. Desculpe.
A janela do carro desceu e uma voz feminina surgiu de dentro. Vera, olhando para fora, chamou: — Rodrigo, está quase na ho