Beatriz tava com a mente a mil. Depois de dar o depoimento, ela saiu da delegacia e entrou no carro toda suada e fria. Estava pálida como um papel.
Mais cedo ou mais tarde a galera ia descobrir que foi ela quem denunciou. Anos atrás, quando ela e Bruno saíram do orfanato, chegaram a pensar, de forma ingênua, em ir até a polícia.
Mas uma coisa os fez desistir.
O grupo era extremamente perigoso, tratava gente como mercadoria.
Beatriz ligou o carro mordendo os beiços. Não queria ficar remoendo aquela treta toda.
Cristina vendeu a foto e o negativo da Beatriz. Lucrou 320 milhões no fim das contas.
Quando voltou pra casa e encontrou Roberto, ela nem sabia como explicar a situação.
— Ela disse quando vai transferir o dinheiro? — Roberto perguntou, com a testa franzida de preocupação.
Cristina teve um momento de hesitação, o rosto endureceu, e ela finalmente soltou, com uma expressão amarga: — Amor, me desculpa... Fui enganada.
Roberto ficou vermelho de raiva, o peito subindo e descendo en